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Merkel perde popularidade depois de aumentar apoio a refugiados

A forma como Angela Merkel tem lidado com a crise de refugiados que tem afectado especialmente a Alemanha, destino mais procurado pelos refugiados e imigrantes tem recolhido elogios. No entanto, na Alemanha a sua popularidade diminuiu.

Reuters
29 de Setembro de 2015 às 18:12
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O Governo de Berlim aprovou esta terça-feira, 29 de Setembro, um conjunto de medidas para ajudar a Alemanha a lidar com o elevado fluxo de refugiados e imigrantes que continua a entrar no país, que espera receber pelo menos 800 mil refugiados e imigrantes até ao final deste ano.

O gabinete de Angela Merkel está por isso a trabalhar na atribuição de mais alojamento e no acompanhamento aos menores que chegam sozinhos, bem como a acelerar os processos de decisão dos pedidos de asilo e a deportar quem viu o seu pedido de asilo negado.

Para cobrir os custos do próximo ano, o ministro das Finanças Wolfgang Schaeuble concordou em retirar 5 mil milhões de euros do Orçamento de Estado deste ano, escreve a Reuters. O anúncio junta-se ao da semana passada, quando o Governo alemão se comprometeu a pagar 670 euros a 16 estados federais por cada refugiado que aceitem, até um total de 4 mil milhões de euros. O ministro das Finanças disse que combater o elevado número de refugiados era uma prioridade para os alemães. "Nós queremos e temos de dominar este enorme desafio", disse.

Ao mesmo tempo, e contrariando os elogios que tem recebido além das fronteiras alemãs, a popularidade da chanceler Angela Merkel dentro do seu partido tem diminuído desde que a crise de refugiados atingiu o seu pico. O apoio às políticas de Merkel caiu cinco pontos percentuais em comparação ao ranking anterior, feito há cerca de três meses. Agora, a chanceler tem cerca de 63% de aprovação, um número que ainda assim a mantém no pódio de uma das chefes de governo alemão mais populares do pós-guerra, mas que não deixa de marcar uma descida.

quebra de popularidade em conjunto com as críticas internas da facção mais conservadora da União Democrata-Cristã, partido liderado por Angela Merkel e que não concorda com as medidas de apoio aos refugiados, fez com que Merkel chegasse ao mais baixo nível de popularidade depois do início do seu último mandato em 2013, mostra uma sondagem publicada pelo Der Spiegel. O partido de Merkel desce para 38,5% enquanto os seus parceiros de coligação sociais-democratas desceram para 23,5%.

Também o ministro alemão do Interior criticava na última sexta-feira "o caos que se vive na Alemanha" e a forma como a chanceler tem gerido a crise. 


Hermann Binkert, presidente do Instituto para Novas Respostas Sociais alemão, INSA, explicava ao tablóide alemão Bild Daily que a crise de refugiados está a tornar "a coligação mais fraca do que nunca". Estes valores colocam a aprovação geral da "grande coligação" no nível mais baixo dos últimos dois anos.


Paralelamente os partidos radicais da esquerda ganharam alguma popularidade. Os restantes partidos de direita, a Alternativa para a Alemanha e o Partido Democrático Livre mantiveram-se nos 6% e 4%. As próximas eleições alemãs serão em 2017.

Nos últimos dias, a história de um desenho de uma menina à procura de asilo na Alemanha tornou-se viral depois da polícia alemã ter partilhado o desenho na sua página do Twitter e voltou a sensibilizar para o desespero que marca a viagem destes refugiados. O desenho da criança ilustra na perfeição a forma como os refugiados encaram a Europa como a sua última esperança. Dividido em duas partes, o lado que se refere à Alemanha é preenchido com corações, por contraposição ao lado oposto representativo do território sírio e do cenário de guerra, destruição e sangue do qual fogem.

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