Notícia
Bansky vai enviar estruturas de parque de diversões para acampamento de refugiados
O Dismaland, o parque temático do artista Bansky, encerrou este domingo, mas a intervenção continua. Bansky anunciou que as estruturas do parque vão ser enviadas para um campo de refugiados em Calais, para servirem de abrigo.
"Brevemente… Dismaland Calais. Todas as estruturas e instalações do Dismaland estão a ser enviadas para a 'selva' no centro de refugiados perto de Calais para a construção de abrigos. Não estarão disponíveis bilhetes online". Esta foi a forma que Bansky, o famoso artista de rua britânico, escolheu para marcar o encerramento do parque temático que durante cinco semanas monopolizou as atenções em Weston-super-Mare, no sudoeste de Inglaterra.
Imediatamente após o encerramento oficial da instalação de arte em forma de parque, o autor do projecto anunciou através do site oficial do parque que todas as figuras e construções vão ser enviadas para um campo de refugiados perto de Calais, no norte de França. E fê-lo ilustrando o anúncio com uma imagem de uma das principais instalações do parque, uma versão sombria e satírica do Castelo da Bela Adormecida, entre as tendas e barracas improvisadas no acampamento de refugiados. O processo de transferência dos materiais deverá demorar três semanas, escreve o Independent.
Numa instalação de arte numa escala ampliada, Bansky reuniu cerca de 50 artistas, entre os quais a portuguesa Wasted Rita, que satirizaram a sociedade egoísta e consumista. Um dos temas retratados foi justamente a questão da crise de refugiados e a forma como a Europa está a lidar com ela. Os visitantes do parque eram convidados a conduzir barcos a motor sobrelotados com refugiados, numa experiência que tem tanto de mórbida quanto de provocatória e sensibilizadora.
O campo de Calais, também conhecido como "a selva", congrega um acampamento improvisado onde os imigrantes e refugiados vivem, num limbo, enquanto tentam entrar no Reino Unido, muitos através de carros, comboios e transportes de mercadorias que atravessam o Eurotúnel. Estima-se que estejam neste cenário entre 3 a 5 mil pessoas - entre refugiados e imigrantes económicos, contam-se pessoas provenientes da Síria, Líbia e Eritreia, sublinha o New York Times.