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Inflação da Zona Euro trava no arranque de 2019, mas dá sinal positivo ao BCE

Os preços no consumidor na Zona Euro subiram 1,4% em janeiro, travando face aos meses anteriores. Contudo, a inflação subjacente acelerou.

Reuters
01 de Fevereiro de 2019 às 10:33
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A inflação da Zona Euro travou no início de 2019, tal como aconteceu em Portugal. A taxa fixou-se nos 1,4%, sendo a mais baixa desde abril do ano passado. Os dados foram revelados esta sexta-feira, 1 de fevereiro, na estimativa rápida do Eurostat. 

Contudo, a inflação subjacente - que exclui os produtos energéticos e produtos alimentares não transformados uma vez que estes são historicamente mais voláteis - subiu para 1,1%, o valor mais elevado em três meses. Este é um sinal de pressão nos preços que pode dar motivos ao Banco Central Europeu (BCE) para continuar o rumo de normalização da política monetária. 

Neste momento, a possibilidade de Mario Draghi subir os juros este ano - não antes do verão - é cada vez mais afastada pelos mercados. A pesar nessa decisão estará a desaceleração sentida no segundo semestre de 2018 que levou o ano a fechar com o crescimento económico mais baixo desde 2014
Caso a travagem da economia europeia não seja temporária, uma posição mais acomodatícia por parte do BCE pode ainda ser necessária para não pôr em causa a recuperação económica. Nos últimos meses, as projeções de crescimento da Zona Euro para este ano têm sido sucessivamente revistas em baixa. 

Do lado mais negro do panorama está Itália. A economia italiana entrou em recessão técnica ao registar dois trimestres consecutivos de contração em cadeia. Apesar de alguns sinais positivos - Espanha contrariou a tendência e acelerou no final de 2018 -, a incerteza continua a reinar. 

O cenário de recessão generalizada é afastada pela maior parte das instituições, incluindo o BCE. Para já, Mario Draghi diz estar a aguardar a evolução dos fatores que levaram a esta travagem, nomeadamente a quebra do setor automóvel na Alemanha, o efeito dos coletes amarelos em França, a incerteza à volta da dívida italiana e ainda a desaceleração do comércio mundial devido às tensões entre os EUA e a China.

Em Portugal, ainda não se conhece o número final para o PIB de 2018. Mas já se sabe que os preços também travaram no arranque de 2019 para 0,5% no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), o indicador que o Eurostat usa para comparar os países europeus. No entanto, também em Portugal a inflação subjacente acelerou. 

Neste destaque - onde ainda não estão disponíveis os dados por país para comparação - o Eurostat anuncia que começou neste mês a publicar um IHPC com "agregados especiais" que têm dados mais detalhados. Esta mudança metodológica levará à revisão das séries históricas no destaque de 22 de fevereiro..
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