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Há 40% de probabilidade de haver uma recessão na Zona Euro, apontam economistas
Os economistas ouvidos pela Bloomberg apontam para que haja 40% de probabilidade de haver uma recessão na Zona Euro, uma subida expressiva face aos 30% contabilizados no último inquérito.
O risco de um recessão da Zona do Euro está a crescer, à medida que a probabilidade de escassez de gás natural aumenta e a inflação acelera, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.
A probabilidade de uma contração económica no bloco aumentou de 30% para 40% face ao inquérito anterior, e é já o dobro face aos 20% contabilizados em pesquisa similar antes da invasão russa à Ucrânia.
"Assumimos uma recessão provocada pelo embargo ao petróleo [russo] e pelo efeito do aumento dos preços na indústria", defendeu Erik Jan van Harn, estratega do Rabobank, citado pela Bloomberg, dando ainda um exemplo: "a economia alemã já está a abrandar e a tendência é claramente de queda".
O inquérito dá ainda conta de um aumento da expectativas no que toca ao aumento da inflação, embora seja esperado que a o índice de preços toque na meta dos 2% do Banco Central Europeu (BCE) já em 2024. Os entrevistados apontam para que o pico da inflação seja atingido já este trimestre.
"Provavelmente a Zona Euro deve entrar numa leve recessão no segundo semestre deste ano", salienta a equipa de economistas liderada por James Rossiter, da TD Securities, numa nota de "research" citada pela Bloomberg. Os especialistas frisam ainda que o BCE terá "um caminho aberto para o aumento gradual das taxas de juro".
A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde manifestou na última reunião de política monetária a intenção de subir as taxas de juro diretoras em 25 pontos base na próxima reunião agendada para este mês, apontando para outro aumento – que pode ser de maior dimensão – em setembro.
Depois deste último encontro, o BCE reviu ainda em alta a estimativa de inflação na Zona Euro este ano, prevendo agora um valor de 6,8%. Já o crescimento no bloco da moeda única deverá ficar nos 2,8%, significativamente abaixo dos valores anteriormente estimados (3,7%).
Em relação à inflação, a autoridade monetária projeta que no próximo ano esta desacelere para 3,5% e 2,1% em 2024, ainda acima da meta dos 2%. Estes valores são superiores aos das projeções divulgadas em março, quando o BCE apontava para uma taxa de inflação de 5,1% este ano, de 2,1% em 2023 e 1,9% em 2024.