Notícia
Governo britânico admite que Brexit sem acordo é agora “uma perspetiva muito real”
O novo Executivo britânico tem agora um grupo de trabalho dedicado ao Brexit, e composto pelo núcleo duro de Boris Johnson, que se vai reunir todos os dias para preparar a saída do Reino Unido da UE a 31 de outubro. Querem renegociar o acordo com as autoridades europeias, mas já admitem que a saída sem acordo é uma perspetiva "muito real".
29 de Julho de 2019 às 12:04
O governo britânico, agora liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, reúne-se pela primeira vez esta segunda-feira, 29 de julho, e irá realizar sessões de trabalho diárias para garantir que o país sai da União Europeia no próximo dia 31 de outubro.
De acordo com um comunicado do governo, divulgado este domingo, Michael Gove vai conduzir estas sessões de trabalho, em que o Executivo se preparará para uma saída sem acordo do bloco regional, o chamado "hard Brexit".
Esse é, aliás, o cenário mais provável caso a União Europeia não aceite reabrir as negociações com o Reino Unido, segundo Gove. "Ainda temos esperança de que mudem de ideias, mas temos de trabalhar partindo do princípio de que não irão mudar", escreveu o responsável no Sunday Times. "[O Brexit] sem acordo é agora uma perspetiva muito real, e temos de garantir que vamos estar preparados".
Segundo o Sunday Times, este grupo de trabalho que se vai dedicar aos preparativos para a saída da União Europeia, com ou sem acordo, e que integra o "núcleo duro" do novo primeiro-ministro, inclui Michael Gove, que atua como conselheiro de Boris Johnson no cargo de chanceler do Ducado de Lancaster, o ministro das Finanças Sajid Javid, o ministro dos Negócios Estrangeiros Dominic Raab, o ministro para o Brexit Steve Barclay e o procurador-geral Geoffrey Cox.
A mesma publicação adiantou que, na passada sexta-feira, Dominic Cummings, uma figura chave na campanha do Brexit de 2016, chamou os assessores à residência oficial do primeiro-ministro e comunicou-lhes que o Brexit acontecerá "por qualquer meio necessário", acrescentando que Johnson está preparado para suspender o Parlamento ou realizar uma eleição para travar aqueles que podem tentar bloquear um Brexit sem acordo.
Também no domingo, o Financial Times avançou que Javid está preparado para disponibilizar mais de mil milhões de libras para preparar um "hard Brexit", que se juntam aos 4,2 mil milhões já reservados para o efeito pelo seu antecessor, Philip Hammond.
Na passada quarta-feira, depois da reunião para indigitação com a rainha Isabel II, Boris Johnson mostrou-se esperançoso numa reabertura das negociações com a União Europeia, assegurando que o Executivo fará um novo acordo com as autoridades europeias.
"Vamos resolver isto em 99 dias", disse sobre o Brexit, deixando no ar que uma tomada de posição pode surgir mais cedo e que não há mais "ses e mas" sobre a questão. "Vamos fazer um novo acordo, um melhor acordo" para o Brexit, que "vai permitir desenvolver uma nova e excitante parceria com o resto da Europa, baseada no livre comércio e no apoio mútuo". "O povo britânico está farto de esperar. É tempo de agir", frisou.
No entanto, logo no dia seguinte, no primeiro telefonema com Boris Johnson, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse ao primeiro-ministro do Reino Unido que a UE27 não vai ceder à sua exigência de renegociar o acordo do Brexit, que é "o melhor e o único acordo possível".
Juncker disse ainda que a União Europeia analisará quaisquer ideias que sejam apresentadas pelo Reino Unido desde que sejam compatíveis com o acordo de saída.
A perspetiva de um Brexit sem acordo, admitida agora pelo Executivo britânico como o cenário mais provável, está a penalizar fortemente a libra, que segue em mínimo de mais de dois anos. A divisa do Reino Unido desce 0,62% para 1,2307 dólares, o valor mais baixo desde março de 2017.
De acordo com um comunicado do governo, divulgado este domingo, Michael Gove vai conduzir estas sessões de trabalho, em que o Executivo se preparará para uma saída sem acordo do bloco regional, o chamado "hard Brexit".
Segundo o Sunday Times, este grupo de trabalho que se vai dedicar aos preparativos para a saída da União Europeia, com ou sem acordo, e que integra o "núcleo duro" do novo primeiro-ministro, inclui Michael Gove, que atua como conselheiro de Boris Johnson no cargo de chanceler do Ducado de Lancaster, o ministro das Finanças Sajid Javid, o ministro dos Negócios Estrangeiros Dominic Raab, o ministro para o Brexit Steve Barclay e o procurador-geral Geoffrey Cox.
A mesma publicação adiantou que, na passada sexta-feira, Dominic Cummings, uma figura chave na campanha do Brexit de 2016, chamou os assessores à residência oficial do primeiro-ministro e comunicou-lhes que o Brexit acontecerá "por qualquer meio necessário", acrescentando que Johnson está preparado para suspender o Parlamento ou realizar uma eleição para travar aqueles que podem tentar bloquear um Brexit sem acordo.
Também no domingo, o Financial Times avançou que Javid está preparado para disponibilizar mais de mil milhões de libras para preparar um "hard Brexit", que se juntam aos 4,2 mil milhões já reservados para o efeito pelo seu antecessor, Philip Hammond.
Na passada quarta-feira, depois da reunião para indigitação com a rainha Isabel II, Boris Johnson mostrou-se esperançoso numa reabertura das negociações com a União Europeia, assegurando que o Executivo fará um novo acordo com as autoridades europeias.
"Vamos resolver isto em 99 dias", disse sobre o Brexit, deixando no ar que uma tomada de posição pode surgir mais cedo e que não há mais "ses e mas" sobre a questão. "Vamos fazer um novo acordo, um melhor acordo" para o Brexit, que "vai permitir desenvolver uma nova e excitante parceria com o resto da Europa, baseada no livre comércio e no apoio mútuo". "O povo britânico está farto de esperar. É tempo de agir", frisou.
No entanto, logo no dia seguinte, no primeiro telefonema com Boris Johnson, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse ao primeiro-ministro do Reino Unido que a UE27 não vai ceder à sua exigência de renegociar o acordo do Brexit, que é "o melhor e o único acordo possível".
Juncker disse ainda que a União Europeia analisará quaisquer ideias que sejam apresentadas pelo Reino Unido desde que sejam compatíveis com o acordo de saída.
A perspetiva de um Brexit sem acordo, admitida agora pelo Executivo britânico como o cenário mais provável, está a penalizar fortemente a libra, que segue em mínimo de mais de dois anos. A divisa do Reino Unido desce 0,62% para 1,2307 dólares, o valor mais baixo desde março de 2017.