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Boris Johnson já é primeiro-ministro do Reino Unido
Boris Johnson, o 14.º primeiro-ministro do reinado de Isabel II, foi empossado numa breve audiência no palácio de Buckingham.
O líder do partido Conservador, Boris Johnson, foi hoje indigitado primeiro-ministro britânico pela Rainha Isabel II, na sequência da demissão formal de Theresa May devido à dificuldade em implementar o ‘Brexit’, foi hoje anunciado.
Boris Johnson, o 14.º primeiro-ministro do reinado de Isabel II, foi empossado numa breve audiência no palácio de Buckingham, após a qual foi conduzido para a residência oficial, em Downing Street, onde fará uma declaração antes de começar a formar o governo.
A chegada ao palácio foi perturbada por manifestantes contra as alterações climáticas, que se atravessaram na estrada para tentar impedir a passagem do carro, e no exterior do palácio estavam ativistas em defesa de um novo referendo ao ‘Brexit’, mas a polícia conseguiu evitar distúrbios.
Sucessora de David Cameron, que se demitiu após o referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em 2016, Theresa May esteve em funções durante três anos, mas em maio anunciou a decisão de renunciar devido à dificuldade em completar o processo do ‘Brexit'.
Hoje, no último debate semanal com os deputados, recebeu sobretudo elogios de deputados de ambos os lados da Câmara dos Comuns, que louvaram o seu sentido de dever, dedicação ao serviço público, integridade e resiliência, e recebeu uma ovação no final, incluindo de alguns deputados da oposição.
À saída de Downing Street, May vincou que "a prioridade imediata é completar a saída da União Europeia de uma forma que funcione para todo o Reino Unido" e acrescentou que, implementado com sucesso, o ‘Brexit’ pode significar "um novo começo" para o país, "uma renovação nacional" que pode fazer ultrapassar "o tempo atual para o brilhante futuro o povo britânico merece".
Theresa May desafia Jeremy Corbyn a demitir-se
O líder da oposição britânica, o trabalhista Jeremy Corbyn, saudou hoje o "sentido de dever público" de Theresa May, no último debate semanal com os deputados antes da demissão da primeira-ministra, mas esta respondeu sugerindo que ele também renuncie.
"O serviço público deve ser sempre reconhecido. Ser um deputado, um ministro ou um primeiro-ministro é uma honra que traz consigo uma enorme responsabilidade e enormes pressões", reconheceu Corbyn.
No entanto, o líder do partido Trabalhista também criticou Theresa May por ter delineado "linhas vermelhas que impediram qualquer acordo de consenso sensato" para o ‘Brexit', questionando-a sobre se acredita que Boris Johnson será capaz de desbloquear o impasse.
"Eu trabalhei incansavelmente para conseguir um bom acordo para o Reino Unido e também trabalhei duro para fazer passar esse acordo através deste parlamento. Eu votei a favor do acordo. Ele [Corbyn] votou contra um acordo e tornou uma saída sem acordo mais provável", replicou a ainda primeira-ministra.
May disse ainda que Corbyn "devia ter vergonha" por ter recusado um entendimento durante as negociações entre o governo e o partido, e, apesar de ter reconhecido a dedicação do rival aos seus eleitores, desafiou-o a reconhecer o descontentamento dentro do partido Trabalhista.
"Enquanto uma líder partidária que reconheceu que o seu tempo acabou, talvez seja a hora de ele fazer o mesmo", concluiu.