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Marcelo: Portugal espera que governo de Boris Johnson chegue a acordo com UE
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quarta-feira que Portugal espera que o governo britânico chefiado por Boris Johnson "corra bem" e chegue a acordo com a União Europeia (UE) quanto ao 'Brexit'.
"Aquilo que nós desejamos em relação ao Reino Unido, que no fundo é o nosso aliado mais antigo, um aliado com muitos séculos, é que tenha a maior das felicidades. Desejamos que seja possível um entendimento entre o Reino Unido e a UE", afirmou o chefe de Estado aos jornalistas, na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por ressalvar que "normalmente o Presidente da República formula os seus votos relativamente a chefes de Estado e compete ao Governo naturalmente formular votos em relação aos governos".
"Mas aquilo que eu posso desejar é que corra bem a missão do Governo britânico, como já formulava no ano passado, no sentido de ser possível um entendimento entre o Reino Unido e a UE", acrescentou.
O Presidente da República defendeu que "Portugal em si mesmo tem feito o seu trabalho de casa", na sequência da decisão tomada em referendo de saída do Reino Unido da UE.
"Isto é, Portugal tem preparado todos os cenários, através de um diálogo que nunca deixou de ter no quadro europeu, mas um diálogo bilateral intenso e construtivo com o Reino Unido e com o seu Governo para resolver os problemas de que eu tenho falado e o Governo tem falado, que são os problemas dos portugueses no Reino Unido e dos britânicos em Portugal", referiu.
O novo líder dos conservadores britânicos, Boris Johnson, foi hoje indigitado primeiro-ministro pela Rainha Isabel II, na sequência da demissão formal de Theresa May devido à dificuldade em implementar o 'Brexit'.
O chefe de Estado, que falava à saída da apresentação de um livro que reúne os dois discursos do jornalista João Miguel Tavares nas comemorações deste ano do Dia de Portugal, foi também questionado sobre a greve dos motoristas de mercadorias marcada para a partir de 12 de agosto, mas recusou falar deste tema.
"Eu nunca tenho comentado processos laborais específicos. Isso tem acontecido em circunstâncias muito variadas, quer na função pública, quer no setor privado, e em setores vitais da função pública e em setores vitais da economia privada. Portanto, não vou abrir uma exceção", respondeu.
Perante a insistência da comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que deverá ter férias "algures em meados de agosto, se for possível", acrescentando: "Mas isso não vai interferir na minha decisão de, como Presidente da República, não dar opinião, não formular juízos sobre um processo laboral concreto".