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Abertura dos mercados: Ultimato de Boris Johnson derruba libra e petróleo sobe pela quarta sessão
Enquanto os mercados aguardam os resultados da reunião da Fed e das negociações EUA/China para definir um rumo, a libra está a ser fortemente pressionada pela possibilidade crescente de um Brexit sem acordo.
Os mercados em números
Stoxx600 recua 0,39% para os 389,32 pontos
PSI-20 desliza 0,67% para os 5.100,55 pontos
Nikkei sove 0,43% para os 21709,31 pontos
Euro valoriza 0,01% para 1,1144 dólares
Juro das obrigações do Tesouro a 10 anos soma 1,1 pontos base para 0,421%
Petróleo avança 0,69% para os 64,15 dólares
Europa inverte para quebras
As praças europeias seguem pessimistas, com o agregador das 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, a desvalorizar 0,39% para os 389,32 pontos, depois de duas sessões de subidas. A contribuir para o sentimento negativo estão os dados revelados esta terça-feira acerca da economia francesa, que cresceu no segundo trimestre abaixo do esperado. Os setores que mais perdem são o automóvel e do turismo, numa semana em que se esperam os resultados semestrais da alemã BMW.
Do outro lado do Atlântico, os investidores estão atentos a desenvolvimentos nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, que voltam a ser encetadas esta terça e quarta-feira. Nos mesmos dias, a Reserva Federal vai reunir-se para depois revelar o curso a seguir na política monetária, sendo que se espera uma descida nos juros.
Por cá, o PSI-20 segue com uma quebra de 0,67% para os 5.100,55 pontos arrastado sobretudo pelo BCP. O banco perde mais de 2% e já chegou a cair acima de 4%. O CaixaBank BPI diz que os resultados do BCP ficaram acima do esperado ao nível do balanço, mas a deterioração da margem gera preocupações.
Ultimato de Boris Johnson atira libra para novos mínimos
A moeda britânica continua a perder terreno esta terça-feira, devido à intensificação dos receios com uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia.
A libra desce 0,44% para 1,2165 dólares, o valor mais baixo desde março de 2017 e após quatro quedas consecutivas. No par contra a moeda única, a libra recua 0,42% para 1,0917 euros, o que representa um mínimo de setembro de 2017.
No espaço de quatro sessões a libra já acumula perdas de cerca de 3%, o que representa a desvalorização mais acentuada neste período desde outubro de 2016.
Já ontem a moeda britânica tinha estado sobre forte pressão, depois do governo do Reino Unido ter admitido como "muito real" a possibilidade de Londres não chegar a um entendimento com a UE para evitar uma saída sem acordo do bloco europeu.
Os receios com o impacto do Brexit sem acordo cresceram de tom depois das declarações de Boris Johnson sobre o tema. O novo primeiro-ministro britânico, em jeito de ultimato, resolveu adotar uma posição de força, garantindo que não vai negociar com os líderes europeus um acordo de saída da UE.
A menos que os líderes europeus abdiquem do mecanismo de salvaguarda para evitar a reposição de controlos fronteiriços entre as duas "Irlandas", o famoso backstop, o recém-empossado primeiro-ministro britânico não quer ouvir falar em regresso à mesa de negociações.
No par do euro face à moeda norte-americana a variação é quase nula, com cada euro a valer 1,1144 dólares, numa altura em que o mercado aguarda pela conclusão da reunião da Fed, que teve hoje início.
Juros em queda ligeira
Os juros da dívida soberana seguem estáveis, em linha com o comportamento das últimas sessões, depois do Banco Central Europeu ter na semana passada deixado a porta aberta para uma redução da taxa de juro dos depósitos na reunião de setembro.
A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos avança 1,1 pontos base para 0,421%, anulando a baixa registada na sessão de segunda-feira. Nas bunds a 10 anos a taxa segue estável em -0,395%.
Petróleo soma pela quarta sessão
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, avança 0,69% para os 64,15 dólares, contando a quarta sessão sucessiva no verde. A matéria-prima beneficia da esperança de que a Fed anuncie uma descida dos juros – a primeira em mais de uma década -, um estímulo à economia que poderá significar uma maior procura pelo "ouro negro". A gigante do setor BP também dá sinais positivos ao superar as expectativas dos analistas, dado um aumento da produção que compensou o efeito negativo dos preços mais baixos da matéria-prima.
Prata muito ativa nos mercados
O mercado de opções sobre a prata está a registar o volume mais elevado em quase nove anos, tendo este mês sido negociados 218 mil contratos (de compra e venda). Este interesse renovado dos investidores na prata surge numa altura em que os investidores nesta matéria-prima aguardam com expectativa a decisão da Fed sobre as taxas de juro nos Estados Unidos. Um corte de juros, como é esperado, é favorável para os metais preciosos. Esta terça-feira a prata valoriza 0,06% para 16,4684 dólares a onça.