Notícia
Johnson quer nova parceria com UE e "unir" o Reino Unido
Nas segundas eleições gerais desde que o referendo de 2016 deu a vitória à saída britânica da UE, o Partido Conservador de Boris Johnson recuperou a maioria absoluta perdida há dois anos, conseguindo mesmo o melhor resultado eleitoral desde os anos 1980.
- As segundas eleições do Brexit
- Britânicos entre maioria de Boris e parlamento suspenso de Corbyn
- Negócios também acompanha em tempo real a contagem dos votos
- Os três cenários em cima da mesa
- Projeção dá vitória retumbante a Boris Johnson
- Maioria com margem de 86 deputados
- Labour perde 71 deputados e "Tories" ganham 51
- Boris tem das maiores vitórias de sempre e Corbyn das maiores derrotas
- Boris agradece à "maior democracia do mundo"
- Corbyn falou... mesmo antes de as urnas fecharem
- Libra dispara para máximo de três anos e meio
- Braço direito de Corbyn exclui substituí-lo
- Já pode ver os primeiros resultados oficiais
- Costa espera que novo parlamento assegure Brexit ordenado
- Boris Johnson ficou com "enorme margem política" para governar
- Brexit sem ambiguidades venceu eleição
- Vitória esmagadora dos conservadores
- UE está pronta a negociar futuro relacionamento com Reino Unido
- Líder escocesa diz ter mandato para segundo referendo à independência
- Primeiro-ministro britânico promete que "o trabalho começa hoje"
- Líder do Partido Trabalhista britânico admite resultado “muito dececionante” e prepara demissão
- Reino Unido pintado de azul
- Conservadores com maioria absoluta clara
- Luis de Guindos: Eleições eliminam incerteza
- Johnson recebido com vivas em Downing Street após pedir para formar Governo
- Jo Swinson falhou eleição e é obrigada a demitir-se
- Marcelo regozija-se com "resultado clarificador"
- Von der Leyen espera que Parlamento britânico vote acordo de saída em janeiro
- Merkel antecipa negociação "complicada" de acordo comercial
- Von der Leyen lança objetivo ambicioso para relação futura com Londres
- Boris promete nova parceria com UE e dar prioridade à saúde
- Staff de Downing Street recebe Boris com aplausos
- Corbyn explica derrota com eleição "dominada pelo Brexit"
- Resultados totais dão 365 deputados aos Conservadores
- Termina aqui o acompanhamento das eleições britânicas
A radicalização política e partidária a que se assistiu desde então explica que, pela segunda vez, tenham sido antecipadas eleições, sendo que o ato eleitoral desta quinta-feira é o primeiro em que os eleitores britânicos são chamados às urnas em pleno mês de dezembro.
Depois de três adiamentos da data prevista para consumar a saída britânica do bloco europeu, esta eleição poderá ajudar a clarificar o desfecho do atribulado processo. Ou então não.
Se o líder conservador e primeiro-ministro em exercício, Boris Johnson, conquistar a almejada robusta maioria absoluta (perdida pela antecessora Theresa May há dois anos), então ganha força um Brexit concretizado até 31 de janeiro, a data-limite estipulada no âmbito das negociações em torno do acordo de saída alternativo alcançado pelo presidente dos "tories".
Todavia, se Johnson ficar aquém da maioria e se confirmar um parlamento suspenso (sem nenhuma maioria absoluta, nem alianças naturais de governo), os trabalhistas de Jeremy Corbyn poderão aspirar a recolher apoio para governar junto de forças como os liberais (Lib-Dem), nacionalistas escoceses (SNP), Verdes ou galeses, partidos que, tal como o Labour, defendem a realização de uma nova consulta popular sobre a permanência na União.
Parece certa a vitória dos conservadores de Boris Johnson, porém a maioria absoluta dos "tories" já foi um cenário mais provável. Um parlamento sem maioria ganhou força, hipótese que só agrada ao trabalhista Jeremy Corbyn.
As terceiras eleições gerais britânicas num espaço de quatro anos e meio decorrem, esta quinta-feira, num contexto de radicalização partidária que, no limite, pode fazer do partido vencedor o grande derrotado.
Pode ler o texto completo em Britânicos entre maioria de Boris e parlamento suspenso de Corbyn
Serão disponibilizados três gráficos através dos quais será possível seguir a evolução da relação de forças entre os principais partidos, a eleição em cada uma das circunscrições eleitorais e ainda conhecer todos os deputados eleitos.
Sem maioria absoluta na Câmara dos Comuns, os governos conservadores de Theresa May, primeiro, e de Boris Johnson, depois, sentiram dificuldades para levar por diante o mandato resultante da consulta popular de 2016, concretizar o Brexit. Contudo, a polarização parlamentar e as divisões no seio dos próprios "tories" foram, à vez, inviabilizando os caminhos pretendidos por May e Johnson. Se o atual primeiro-ministro, Boris Johnson, conseguir uma maioria robusta terá caminho aberto para efetivar a saída da UE até 31 de janeiro, como prometeu. Com uma maioria "à queima" (em torno do limiar mínimo de 326 mandatos), a concretização do Brexit ficará dependente do grau de unidade que se verificar entre os deputados conservadores, ainda assim agora mais alinhados com a via "hard Brexit" defendida por Boris Johnson.
Parlamento Suspenso
O chamado "hung Parliament" significa que nenhum partido obtém maioria absoluta e que não decorre, das urnas, nenhuma aliança óbvia de governo. Assim, Boris Johnson poderia formar um governo "torie" minoritário, possivelmente dependente dos unionistas norte-irlandeses (DUP) para aprovar políticas estruturantes. Contudo, depois de Johnson ter fechado um compromisso com Bruxelas que institui uma fronteira no Mar da Irlanda e que cria um regime distinto para o país, o líder conservador parece ter alienado o apoio do DUP, pelo menos no que ao processo do Brexit diz respeito. Assim, Johnson teria enormes dificuldades para aprovar o acordo de saída alternativo que negociou com os líderes europeus.
Corbyn governa em coligação
A acontecer um parlamento suspenso, o secretário-geral trabalhista, Jeremy Corbyn, pode tentar recolher apoio junto de liberais (Lib-Dem), Verdes, SNP e galeses para um governo de coligação ou um executivo apoiado no apoio parlamentar daquelas (ou parte daquelas) forças, que coincidem na intenção de realização de um novo referendo. Dadas as enormes diferenças ideológicas e programáticas dos partidos em causa, seria necessariamente uma solução governativa a prazo, destinada a tratar somente da questão do Brexit para, provavelmente, depois serem convocadas novas eleições antecipadas.
Segundo a projeção da Sky, o Partido Conservador garante 368 mandatos na Câmara dos Comuns (câmara baixa do parlamento britânico), bem acima do patamar de 326 deputados a partir do qual é garantia a maioria absoluta.
O Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn tem uma enorme derrota, não indo além de 191 deputados (em 2017, o mesmo Corbyn conseguiu o então surpreendente número de 262 mandatos).
Os nacionalistas escoceses (SNP) voltam a dominar na Escócia ao elegerem 55 deputados, enquanto os liberais (Lib-Dem) surge em quarto com 13 mandatos.
Já o Partido do Brexit não elege nenhum deputado, o que sugere que os eleitores partidários da saída da UE concentraram o respetivo apoio nos conservadores.
Por norma, as projeções à boca das urnas no Reino Unido costumam acertar em grande medida naquilo que são depois os resultados finais. Foi assim em quatro das últimas cinco eleições, exceção feita a 2015 quando apesar de apontarem para um resultado dividido entre conservadores e trabalhistas, David Cameron acabou por assegurar uma maioria absoluta para os "tories".
EXIT POLL: Conservatives projected to win election as Labour suffer major losses #GE2019
— Sky News Breaking (@SkyNewsBreak) December 12, 2019
CON: 368
LAB: 191
LIB DEM: 13
BREX: 0
SNP: 55
GREEN: 1
OTHER: 22 pic.twitter.com/FkqseCrrnR
Já os galeses do Plaid Cymru perdem um mandato para ficar com 4 e os Verdes permanecem com somente um deputado.
Ainda assim, Johnson ficará aquém das maiorias absolutas de Thatcher em 1983 (397) e em 1987 (376).
Já Jeremy Corbyn arrisca mesmo o pior resultado do "Labour" desde 1935, quando o então recém-eleito secretário-geral trabalhista, Clement Attle, elegeu apenas 154 deputados. O "Labour" acumula assim a quarta derrota consecutiva em eleições gerais (2010, 2015, 2017 e 2019), tendo a última vitória sido conseguida por Tony Blair em 2005.
"Obrigado a todos por todo o país que votaram, se voluntariaram, que apoiaram os seus candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson.
Thank you to everyone across our great country who voted, who volunteered, who stood as candidates. We live in the greatest democracy in the world. pic.twitter.com/1MuEMXqWHq
— Boris Johnson (@BorisJohnson) December 12, 2019
I promised @UKLabour would run the biggest people powered campaign our country has ever seen.
— Jeremy Corbyn | Vote today (@jeremycorbyn) December 12, 2019
And you, our members and supporters, have done just that.
You're the heart of our party, and you have campaigned tirelessly to win so we can a build a fairer country.
I thank you all. pic.twitter.com/Pic0pw9FCU
A libra valoriza ainda 2,21% face ao dólar, estando a negociar no valor mais alto desde maio do ano passado em relação à divisa norte-americana.
A justificar este comportamento da libra está o facto de os investidores percecionarem, numa maioria absoluta do Partido Conservador, a estabilização da política britânica e, acima de tudo, um caminho concreto para o Brexit, no caso a concretização da saída da UE até 31 de janeiro como prometido por Boris Johnson.
No entanto, J
À saída do primeiro dia de trabalhos do Conselho Europeu, em Bruxelas, concluído já de madrugada, António Costa, observando que todas as sondagens à boca das urnas indicam que haverá "um resultado claro" - a vitória do Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson -, comentou, citado pela Lusa, que "com toda a probabilidade vai haver uma maioria no parlamento britânico que possa aprovar o último acordo" negociado entre Londres e os 27.
Ressalvando que é necessário "aguardar pelos resultados finais para ver se confirmam estas previsões à boca das urnas", o primeiro-ministro disse que, se tal for o caso, isso "permitirá assegurar algo que era fundamental: é que, havendo Brexit, que seja um Brexit ordenado, devidamente acordado, e, portanto, que todos os cenários negativos que se tinham perspetivado de um Brexit caótico possam ser evitados".
Together we can get Brexit done. pic.twitter.com/zuWHLJmH3B
— Boris Johnson (@BorisJohnson) December 12, 2019
Os resultados eleitorais no Reino Unido mostraram que os Trabalhistas pagaram um preço elevado pela ambiguidade política sobre o Brexit e que o Conservador Boris Johnson tem agora enorme margem de manobra, segundo analistas consultados pela Lusa.
"A ambiguidade política paga-se!", disse à Lusa Francisco Bethencourt, historiador e professor do King's College, em Londres, no momento em que no ecrã do seu computador aparecia a informação de que este tinha sido o pior resultado do partido Trabalhista desde 1935.
Paulo Vila Maior, professor de Ciência Política na Universidade Fernando Pessoa, corrobora esta perspetiva e acrescenta que a vitória do partido Conservador foi também o resultado da estratégia política de Boris Johnson.
"A cartada de Boris Johnson compensou", explicou à Lusa Paulo Vila Maior, referindo-se à forma como o líder Conservador foi gerindo pausas e avanços e recuos no processo do Brexit, até conseguir centrar a campanha na questão da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e sair "muito reforçado" na sua posição de primeiro-ministro.
"Os Trabalhistas nunca tiveram uma posição clara sobre o Brexit", conclui Francisco Bethencourt, salientando a profunda divisão que o tema provocou na sociedade britânica e considerando que os eleitores preferiram posições assertivas.
A menos que haja uma inesperada hecatombe, o Partido Conservador de Boris Johnson venceu as eleições gerais desta quinta-feira com uma esmagadora maioria absoluta.
A projeção conjunta à boca das urnas (e os primeiros resultados apontavam no mesmo sentido) dava a vitória ao primeiro-ministro em exercício com 368 deputados, bem mais do que o mínimo de 326 que confere maioria absoluta na Câmara dos Comuns.
Numa eleição novamente marcada pelo Brexit, a generalidade dos analistas coincide na conclusão de que a chamada "fadiga do Brexit" foi decisiva para o desfecho eleitoral, que garante a Johnson uma das maiores vitórias dos "tories" em décadas e que, por outro lado, representa uma das mais pesadas derrotas de sempre para os trabalhistas de Jeremy Corbyn. A agenda socialista do "Labour" parece também sair claramente derrotada.
Uma jornalista da Sky relatava mesmo ter ouvido habituais eleitores do "Labour" reconhecerem ter votado nos conservadores por pretenderem ver resolvido, de uma vez por todas, o interminável processo do Brexit – a data para a saída britânica do bloco europeu já foi adiada em três ocasiões e Londres já negociou com Bruxelas quatro versões diferentes do acordo de saída.
Boris Johnson negociou um acordo alternativo que os deputados britânicos rejeitaram votar. Mas com o Brexit a ter de acontecer até 31 de janeiro (salvo novo adiamento), o líder conservador terá agora condições para, recuperada a maioria absoluta e com uma bancada "torie" robusta e mais alinhada com o seu projeto, consumar a saída em janeiro próximo.
Pelo contrário, um governo liderado por Corbyn prometia negociar, de raiz, um novo acordo com a União, que levaria depois a referendo em contraposição à permanência na União. O líder trabalhista nunca sequer clarificou qual a posição que adotaria em tal consulta. A demissão de Corbyn parece agora uma questão de tempo.
Entre a certeza do caminho preconizado por Boris Johnson e a incerteza sobre qual o rumo, e como o percorrer, pretendido por Corbyn, os eleitores britânicos optaram pela única via palpável. Johnson pode agora seguir a sua estratégia para o Brexit e, finalmente após meio ano em Downing Street, preocupar-se com a governação do Reino Unido e apostar na política de "uma nação" com que tentará diluir os ímpetos divisionistas que da Irlanda do Norte à Escócia ameaçam a integridade do reino.
Do lado dos vencedores estão também os nacionalistas escoceses (SNP), que reforçam o domínio na Escócia (podem garantir 55 dos 59 lugares em disputa) e que, sendo defensores da continuação na UE, vão tentar reabrir a discussão sobre um novo referendo independentista e agravar as tensões nacionais no seio do Reino Unido.
Além do "Labour", entre os derrotados estão também os liberais (Lib-Dem) e a sua líder Jo Swinson, que arrisca mesmo nem sequer ser eleita deputada, e o Partido do Brexit que não deve eleger nenhum deputado, o que confirma a ideia de que os partidários da saída da UE concentraram votos em Boris Johnson e no seu Brexit "sem ses, nem mas".
Numa altura em que os resultados são quase finais, o Partido Conservador garantiu uma maioria absoluta confortável e venceu oficialmente as eleições legislativas britânicas.
Para obter uma maioria absoluta, um partido precisa de vencer em 326 das 650 circunscrições eleitorais, mas, apuradas 648 circunscrições, o partido conquistou 363, o que representa um forte crescimento face as eleições anteriores.
"Parece que ao Governo Conservador foi outorgado um novo e poderoso mandato para a fazer o ‘Brexit', e não só fazer o ‘Brexit' mas para unir o país, levá-lo para a frente e focar nas prioridades do país", disse, ao discursar na circunscrição de Uxbridge and South Ruisli, na qual era candidato, após o anúncio da sua reeleição.
O Partido Trabalhista, o principal partido da oposição, pelo contrário, perdeu até agora 54 assentos e elegeu 202 deputados.
O líder, Jeremy Corbyn, admitiu hoje que a derrota é "muito dececionante" e anunciou que pretende renunciar às funções, após conduzir um "processo de reflexão sobre este resultado e sobre as políticas que vai manter no futuro".
A líder dos Liberais Democratas, Jo Swinson, falhou a reeleição como deputada na circunscrição escocesa de Dumbartonshire East por uma margem de 149 votos para Amy Callaghan, do Partido Nacionalista Escocês (SNP). O SNP já elegeu 48 deputados, mais 15 do que em 2017, enquanto os Liberais Democratas só garantiram 11.
A UE está "pronta" para negociar o futuro relacionamento com o Reino Unido, disse hoje o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que representa os 27 países da União, após a ampla vitória de Boris Johnson nas eleições britânicas.
"A União Europeia está pronta para a próxima fase. Vamos negociar um acordo comercial que permitirá que as regras do jogo sejam equitativas", afirmou Michel no momento em que chegava para o segundo dia da cimeira europeia, em Bruxelas.
O presidente do Conselho Europeu pediu ao Parlamento britânico que ratifique "rapidamente" o acordo para uma retirada ordenada do Reino Unido da União Europeia.
Charles Michel felicitou Boris Johnson pelo resultado das eleições e pediu a Westminster que "ratifique rapidamente" o acordo do "Brexit" para "calmamente, mas com grande determinação, iniciar a negociação na próxima fase".
A líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) reivindicou hoje ter recebido um mandato para realizar um segundo referendo sobre a independência da região ao eleger a grande maioria dos deputados elegíveis na Escócia.
Em entrevista à BBC esta madrugada, Nicola Sturgeon, que é também primeira ministra do Governo da Escócia, afirmou que os resultados previstos "excedem as expectativas" nesta "noite excecional para o SNP".
"A Escócia enviou uma mensagem muito clara: Não queremos um Governo de Boris Johnson, não queremos deixar a União Europeia e queremos que o futuro da Escócia fique nas mãos da Escócia", afirmou a líder independentista, repetindo promessas repetidas ao longo de toda a campanha.
Na opinião da Nicola Sturgeon, estas eleições representam "um renovado e reforçado mandato" para a Escócia realizar um segundo referendo sobre a independência, depois de no primeiro referendo, em 2016, a independência da Escócia ter sido rejeitada por 52% dos eleitores.
primeiro-ministro britânico agradeceu ao povo do Reino Unido por ter saído a votar nas eleições de quinta-feira, que segundo as projeções o Partido Conservador ganhou com maioria absoluta, e prometeu que "o trabalho começa hoje".
"Parece que ao Governo Conservador foi outorgado um novo e poderoso mandato para a fazer o ‘Brexit’, e não só fazer o ‘Brexit’ mas para unir o país, levá-lo para a frente e focar nas prioridades do país", disse Boris Johnson ao discursar na circunscrição de Uxbridge and South Ruisli, na qual era candidato, após o anúncio da sua reeleição.
Após repetir a promessa de contratar mais 50.000 enfermeiros, 6.000 médicos e construir 40 hospitais – "um dos quais será aqui em Huxbridge" – o primeiro-ministro agradeceu aos eleitores daquele círculo eleitoral por lhe darem "o privilégio" de trabalhar para eles.
Boris Johnson acabou o discurso a agradecer ao povo do país "por aparecer para votar numa eleição dezembro (…) que se tornou histórica" e dá ao Governo "a oportunidade de respeitar a vontade democrática do povo britânico, mudar para melhorar e libertar o potencial de todo o povo".
"E é isso que faremos se tivermos a sorte de ser reeleitos, como parece que vai acontecer. Esse trabalho começa hoje", concluiu.
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, admitiu hoje que a derrota nas eleições legislativas britânicas de quinta-feira é "muito dececionante" e anunciou que pretende renunciar às funções.
"Quero tornar claro que não vou liderar o partido em nenhumas futuras eleições. Vou discutir com o partido para garantir que existe um processo de reflexão sobre este resultado e sobre as políticas que vai manter no futuro. E vou liderar o partido durante esse período", declarou hoje em Islington, após ser anunciado o resultado da sua circunscrição, onde foi eleito com 34.603 votos.
"Esta é obviamente uma noite muito dececionante para o Partido Trabalhista, com o resultado que temos. Mas quero dizer que, na campanha eleitoral, apresentámos um programa de esperança, um programa de unidade e um programa que ajudaria a corrigir os erros, as injustiças e as desigualdades existentes neste país", disse.
No entanto, acrescentou, "o 'Brexit' tornou-se num debate tão dividido e polarizado que substituiu muito de um debate político normal. E reconheço que isso contribuiu para os resultados que o Partido Trabalhista registou esta noite em todo o país".
Agora, abre-se um novo período de negociação que "não será fácil", afirmou Guindos, advertindo que "haverá que determinar as relações comerciais e financeiras entre a UE e Reino Unido".
Guindos defendeu que é preciso criar uma união de capitais na Europa porque o "verdadeiro" mercado de capitais está agora em Londres.
Neste sentido, Guindos advertiu que o Reino Unido não vai querer perder esta vantagem e será muito competitivo, pelo que a UE terá de fazer o mesmo.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi hoje recebido com fortes aplausos e vivas no interior da residência oficial em Downing Street ao regressar do Palácio de Buckingham para pedir formalmente à Rainha autorização para formar governo.
Os Conservadores de Boris Johnson ganharam as eleições de quinta-feira com maioria absoluta, tendo já garantido 364 dos 650 assentos parlamentares quando estão apuradas 649 circunscrições.
Trata-se da maior vitória dos últimos 30 anos.
Os Trabalhistas ganharam em apenas 203 círculos eleitorais, menos 59 do que nas últimas eleições, a pior derrota do pós-guerra.
Boris Johnson, o 14.º primeiro-ministro em funções desde a coroação da Rainha há 67 anos, esteve hoje pouco mais de meia hora no interior do palácio de Buckingham, onde terá pedido formalmente à Rainha para formar Governo.
O governo já deu a conhecer a intenção de convocar o Parlamento na próxima terça-feira, 17 de dezembro, e de realizar o Discurso da Rainha para apresentar o programa legislativo na quinta-feira, numa cerimónia mais discreta do que o habitual, sem a coroa ou trajes protocolares.
Além do mau resultado do partido, Jo Swinson falhou mesmo a eleição como deputada, razão pela qual é obrigada a sair da liderança dos liberais. Isto porque os estatutos do Lib-Dem estipulam que o líder do partido tem também de ser deputado.
Numa breve nota publicada no site da presidência, Marcelo Rebelo de Sousa destaca o "resultado clarificador" nas eleições britânicas como sendo "positivo para Portugal, pois vai permitir um acordo para uma saída ordenada" do Reino Unido face à União Europeia.
O presidente da República considera que estão assim reunidas condições para "proteger os interesses" dos portugueses que residem no Reino Unido.
"Espero que o Parlamento ratifique [o 'Brexit] até final de janeiro", disse Von der Leyen, na conferência de imprensa no final do Conselho Europeu.
"O Reino Unido passará a ser um país terceiro, mas teremos uma relação sem precedentes", acrescentou, salientando que a partir de 1 de fevereiro terá início "uma nova relação de bons vizinhos".
Na sua intervenção, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a União Europeia "está pronta para iniciar o novo nível de negociações", sobre as futuras relações entre os dois blocos.
Boris Johnson repetiu esta manhã que a sua prioridade passa agora por consumar a saída do bloco europeu. O primeiro-ministro conservador tem ainda insistido que pretende fechar um acordo comercial com Bruxelas até ao final de 2020, contudo diversos responsáveis europeus têm baixado as expetativas quanto a tal possibilidade, considerando que a complexidade inerente a tal negociação dificilmente permitirá fechar um compromisso em tão pouco tempo.
Uma das hipóteses em cima da mesa passa pelo prolongamento do período de transição, que está previsto ser iniciado depois da concretizado o Brexit (até 31 de janeiro) e terminar a 31 de dezembro do próximo ano.
Ursula von der Leyen explicou que Bruxelas leva três objetivos para a negociação de um acordo comercial com Londres: "tarifas zero, quotas zero e zero dumping". A dificultar este objetivo está o facto de o Reino Unido pretender recuperar autonomia na gestão de entradas e saídas de pessoas no respetivo território, enquanto para a UE as quatro liberdades de movimentos (pessoas, bens, serviços e capitais) no mercado único são indivisíveis.
"Trabalharemos para retribuir a vossa confiança e endereçar as vossas prioridades num parlamento que trabalhe para vocês", declarou para depois se dirigir também aos eleitores que apoiaram outros partidos e candidatos, e que "talvez ainda queiram continuar na UE", para garantir que nunca serão ignorados.
O vencedor claro das eleições gerais desta quinta-feira assumiu que "um dos grandes projetos para o próximo ano" passa por "construir uma nova parceria" com o bloco europeu, assente na cooperação em áreas diversas como comércio, defesa e segurança ou tecnologia.
Com o objetivo de "unir e nivelar por cima" o Reino Unido, Johnson pediu aos britânicos que deixem "curar as feridas" abertas pelo processo do Brexit, prometendo, para o conseguir, que o governo irá agora "focar-se no NHS (sistema público de saúde)", bem como trabalhar para "assegurar melhores escolas, melhores infraestruturas e melhor educação".WATCH LIVE: Prime Minister @BorisJohnson makes his first statement upon returning to Downing Street. https://t.co/Sgj2VLaPk6
— UK Prime Minister (@10DowningStreet) December 13, 2019
Recuperando ainda algumas das mensagens principais da campanha eleitoral, e considerando que o Reino Unido "merece uma pausa", o líder dos "tories" disse ser tempo de parar de falar no Brexit e constituir um governo "das pessoas" e um "parlamento que trabalhe para as pessoas".
No vídeo é visível a forma entusiasta como o staff de Downing Street recebe o primeiro-ministro em exercício e chefe do futuro governo britânico.
Staff welcome Prime Minister @BorisJohnson back to 10 Downing Street. pic.twitter.com/CtU4s8N3Ko
— UK Prime Minister (@10DowningStreet) December 13, 2019
O ainda secretário-geral do "Labour" recusa justificar a derrota com as propostas de pendor socializante que inclui no manifesto eleitoral trabalhista, em relação ao qual diz ter "orgulho". Corbyn refuta ainda ter perdido por ser visto como radical pelos eleitores, dizendo que propostas como uma "revolução industrial verde" ou a "igualdade salarial entre homens e mulheres" não podem ser vistas como radicais.
O histórico trabalhista frisou ainda que tinha como objetivo último para esta corrida eleitoral conseguir "unir o país".
Sobre as acusações de que foi alvo por ter proferido, ao longo da carreira política, vistas como antissemitas, Jeremy Corbyn afiança que condena e sempre condenará o antissemitismo.
O Partido Conservador, do primeiro-ministro Boris Johnson, ganhou com maioria absoluta as eleições legislativas britânicas, elegendo 365 deputados, segundo dados totais esta tarde divulgados pela BBC.
Numa Câmara dos Comuns que conta com 650 membros, um partido deve obter 326 assentos para ter maioria absoluta, situação conseguida pelos conservadores.
De acordo com os resultados definitivos, o quadro das votações é o seguinte (entre parêntesis a evolução em relação às legislativas precedentes, de 2017):
Conservadores: 365 deputados (+47)
Partido Trabalhista: 203 deputados (-59)
Partido Nacional Escocês (SNP): 48 deputados (+13)
Liberais Democratas: 11 deputados (-1)
Partido Unionista Democrático (DUP): oito deputados (-2)
Sinn Fein: sete deputados (0)
Plaid Cymru: quatro deputados (0)
Partido dos Verdes: um deputado (0)
Partido Trabalhista e Social-Democrata: dois deputados (+2)
Partido da Aliança: um deputado (+1)
Participação: 67,3% (-1,5 pontos)