Notícia
Divisões sobre orçamento fazem disparar juros de Itália para mais de 3%
Os juros italianos a dez anos ultrapassaram a barreira dos 3%, atingindo um máximo de quase dois meses. Em causa estão as divisões no Governo sobre a evolução das finanças públicas no próximo ano.
O Governo italiano de coligação entre o 5 Estrelas e a Liga deverá reunir-se esta sexta-feira para discutir o Orçamento de Estado para 2019. No entanto, duas fontes asseguram à Reuters que existem divisões no executivo sobre a despesa, o défice e a dívida. Os juros de Itália já sofrem as consequências.
Antes da reunião, segundo as mesmas fontes, o ministro do Interior, Matteo Salvini, adiantou que o orçamento vai incluir cortes de impostos e uma reforma nas pensões. Ambas as medidas deverão aumentar o défice italiano e, por isso, a dívida pública, que é a segunda maior da Zona Euro.
A especulação sobre os planos do Governo para o Orçamento do Estado do próximo ano já colocou os investidores em alerta. Tanto que os juros voltaram a ultrapassar a barreira dos 3%. Esta sexta-feira os juros de Itália a dez anos agravam-se 9,4 pontos base para 3,007%, um máximo de 8 de Junho - pouco depois de o Governo ter tomado posse. Na sessão anterior os juros já tinham dado um salto de 12,4 pontos base.
Já era esperado um aumento da despesa dadas as políticas que tanto o Movimento 5 Estrelas como a Liga anunciaram durante a campanha e depois com o acordo de coligação governamental. Contudo, o ministro da Economia, que tutela a pasta das Finanças, Giovanni Tria, já disse por diversas vezes que os seus planos incluem a redução da dívida pública assim como a coordenação orçamental com a Comissão Europeia, uma vez que Bruxelas monitoriza as contas públicas dos Estados-membros.
Tal contrasta com o discurso anti-europeísta da maior parte do executivo italiano, nomeadamente os líderes dos partidos Matteo Salvini e Luigi di Maio, e, por isso, os investidores temem que Tria possa ser forçado a abandonar o cargo nestas negociações do Orçamento do Estado. "As tensões conhecidas entre Tria e os dois vice-primeiro-ministros significa que as expectativas estão elevadas para este encontro", refere o analista da Mizuho International, Antoine Bouvet, em declarações à Bloomberg.
Contudo, o próprio Salvini admitiu, numa entrevista à estação de televisão Sky, que "o orçamento [de 2019] não irá incluir imediatamente todas as medidas planeadas, mas terá os primeiros passos em direção a uma taxa 'flat' [nos impostos] e a uma revisão radical do sistema de pensões".
A proposta do OE2019 terá de ser enviada para Bruxelas em Outubro.
(Actualizado às 12h41 com mais informação)
Antes da reunião, segundo as mesmas fontes, o ministro do Interior, Matteo Salvini, adiantou que o orçamento vai incluir cortes de impostos e uma reforma nas pensões. Ambas as medidas deverão aumentar o défice italiano e, por isso, a dívida pública, que é a segunda maior da Zona Euro.
Já era esperado um aumento da despesa dadas as políticas que tanto o Movimento 5 Estrelas como a Liga anunciaram durante a campanha e depois com o acordo de coligação governamental. Contudo, o ministro da Economia, que tutela a pasta das Finanças, Giovanni Tria, já disse por diversas vezes que os seus planos incluem a redução da dívida pública assim como a coordenação orçamental com a Comissão Europeia, uma vez que Bruxelas monitoriza as contas públicas dos Estados-membros.
Tal contrasta com o discurso anti-europeísta da maior parte do executivo italiano, nomeadamente os líderes dos partidos Matteo Salvini e Luigi di Maio, e, por isso, os investidores temem que Tria possa ser forçado a abandonar o cargo nestas negociações do Orçamento do Estado. "As tensões conhecidas entre Tria e os dois vice-primeiro-ministros significa que as expectativas estão elevadas para este encontro", refere o analista da Mizuho International, Antoine Bouvet, em declarações à Bloomberg.
Contudo, o próprio Salvini admitiu, numa entrevista à estação de televisão Sky, que "o orçamento [de 2019] não irá incluir imediatamente todas as medidas planeadas, mas terá os primeiros passos em direção a uma taxa 'flat' [nos impostos] e a uma revisão radical do sistema de pensões".
A proposta do OE2019 terá de ser enviada para Bruxelas em Outubro.
(Actualizado às 12h41 com mais informação)