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Centeno afirma que é expectável que inflação abrande em 2022
O governador do Banco de Portugal discursou em Paris esta quarta-feira, indicando que a inflação poderá abrandar em 2022, caso fatores como os constrangimentos à produção aliviem.
Mário Centeno indica que "é esperado que a inflação abrande em 2022", assim que fatores como os constrangimentos que têm afetado a produção em várias indústrias sejam aliviados. As declarações do governador do Banco de Portugal foram feitas num evento em Paris, que decorreu na manhã desta quarta-feira.
Citado pela agência Bloomberg, Centeno afirmou que questões como o alívio das medidas de confinamento em vários países e o desenvolvimento da campanha de vacinação "continuam a ser cruciais" como sinais para um ímpeto no crescimento económico.
Ainda assim, o governador do BdP nota que continuam a "existir desafios" na retoma económica, já que algumas "regiões e setores estão a recuperar a diferentes velocidades".
Na semana passada, em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC, Mário Centeno já havia tocado no tema da inflação, frisando que o Banco Central Europeu (BCE) precisa der ser "ainda mais conservador" na forma como reage à inflação.
Ao longo dos últimos meses a inflação tem vindo a subir na Zona Euro. Em agosto, o índice de preços no consumidor atingiu um máximo de dez anos, registando um aumento de 3% face ao mesmo mês de 2020. No mês anterior, a inflação já havia registado um aumento de 2,2%.
Perante estes números, Centeno indicou à CNBC que existem algumas "questões transitórias". "Já fomos enganados por algumas notícias sobre a inflação no passado, que nos levaram a agir de forma errada, portanto não queremos, definitivamente, cometer o mesmo tipo de erros desta vez".
"Precisamos de ser muito - diria ainda mais - conservadores na forma como abordamos esta questão", indicou Mário Centeno nesta entrevista.
O governador do Banco de Portugal referiu também que a inflação não está ainda no ponto ambicionado pelo BCE para retirar os estímulos à economia. "Já estamos a ver alguma coisa a acontecer nesse âmbito, mas quando olhamos para o nosso horizonte de projeções, a inflação não está ainda ancorada nos 2%".