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Banco de Portugal mantém previsões. PIB cresce 4,8% este ano
O Banco de Portugal apresenta esta quarta-feira o Boletim Económico de outubro, com uma análise detalhada da evolução da economia portuguesa em 2021 e atualiza as suas projeções.
A confirmar-se, este ritmo de crescimento supera a meta do Governo (4%) e dá um conforto acrescido ao ministro das Finanças, João Leão, que está a ultimar a sua proposta de Orçamento do Estado para 2022, um documento que terá de ser entregue na Assembleia da República já na próxima segunda-feira.
Ainda assim, apesar de o nível de atividade ser próximo, a economia só vai conseguir recuperar o mesmo nível de atividade em 2022, conforme mostram as projeções do Banco de Portugal.
Os dados revelados pelo Banco de Portugal mostram que tanto o consumo público como o investimento estarão no final deste ano acima do nível do pré-crise. Porém, as exportações continuarão aquém, por causa das vendas de serviços ao exterior.
Enquanto nos bens a recuperação deverá acontecer na totalidade ainda em 2021, nas exportações de serviços a expectativa é chegar ao final deste ano ainda quase 20% abaixo do nível que existia no final de 2019.
As principais diferenças estão no consumo privado e nas exportações. Enquanto o consumo "surpreendeu pela positiva", crescendo acima do esperado, as exportações de bens estão a evoluir mais devagar do que o previsto. Este pior desempenho está sobretudo relacionado com a procura mundial, sublinhou Mário Centeno, que tem sido prejudicada pelas dificuldades que se têm verificado nas cadeias de abastecimento e pela subida acentuada dos preços dos transportes à escala mundial.
Mercado de trabalho recupera, mas com mudanças
Para o mercado de trabalho, a expectativa é de uma recuperação este ano, com o emprego a crescer 2,6%, depois de ter contraído em 2020. A taxa de desemprego deverá diminuir ligeiramente, para 6,8%.
Porém, o Banco de Portugal avisa que já está a acontecer uma reafetação de recursos, com setores como a restauração e o alojamento a perder postos de trabalho, enquanto outros ganham, ajudando a compensar esse efeito.
Como pontos positivos no mercado de trabalho, o governador Mário Centeno sublinhou a redução do grupo dos desencorajados: pessoas que estão disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego. O peso desta fatia da população reduziu-se no segundo trimestre, quando comparado com o período pré-pandemia.
Centeno destacou também que no primeiro semestre deste ano foram reportados à Segurança Social mais 2.100 milhões de euros em salários do que no mesmo período de 2019. "É um crescimento de 8%", assinalou o ex-ministro das Finanças.
(Notícia em atualização)