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Mário Centeno defende BCE “ainda mais conservador” a reagir à inflação
Em declarações à estação televisiva CNBC, Mário Centeno defendeu que o Banco Central Europeu tem de “ser ainda mais conservador” na forma como reage à inflação para evitar “erros do passado”.
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal e membro do Banco Central Europeu (BCE), afirma em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC que o banco central precisa der ser "ainda mais conservador" na forma como reage à inflação.
Ao longo dos últimos meses a inflação tem vindo a subir na Zona Euro. Em agosto, o índice de preços no consumidor atingiu um máximo de dez anos, registando um aumento de 3% face ao mesmo mês de 2020. No mês anterior, a inflação já havia registado um aumento de 2,2%.
Perante estes números, Centeno indica que existem algumas "questões transitórias". "Já fomos enganados por algumas notícias sobre a inflação no passado, que nos levaram a agir de forma errada, portanto não queremos, definitivamente, cometer o mesmo tipo de erros desta vez", frisa Centeno.
"Precisamos de ser muito - diria ainda mais - conservadores na forma como abordamos esta questão", indica Mário Centeno nesta entrevista.
Nesta entrevista, o governador do Banco de Portugal refere também que a inflação não está ainda no ponto ambicionado pelo BCE para retirar os estímulos à economia. "Já estamos a ver alguma coisa a acontecer nesse âmbito, mas quando olhamos para o nosso horizonte de projeções, a inflação não está ainda ancorada nos 2%".
No início do mês, Christine Lagarde, a presidente do BCE, indicou que a compra de dívida da Zona Euro por parte da instituição financeira vai desacelerar nos próximos meses, mas esta responsável garantiu que não se trata ainda de "tapering".