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Centeno: melhoria dos salários "deve resolver-se pela via fiscal"

O governador do Banco de Portugal defendeu este domingo, perante uma plateia de jovens, que a questão dos baixos salários em Portugal "deve resolver-se pela via fiscal". Para Mário Centeno, o país deve diminuir a carga fiscal sobre o trabalho quando a normalidade das contas públicas for reposta, no pós-pandemia.

#11 - Mário Centeno
29 de Agosto de 2021 às 19:58
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O governador do Banco de Portugal defendeu este domingo um alívio da carga fiscal sobre os salários, em particular dos mais jovens, como forma de "retorno legítimo" da aposta na educação.

Numa sessão do SummerCEmp, uma escola de verão organizada pela Comissão Europeia e perante uma plateia de estudantes e recém licenciados, Mário Centeno foi desafiado a avaliar a proposta de alargamento do IRS Jovem anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, no encerramento do congresso do Partido Socialista. Questionado sobre como inverter a tendência de baixos salários no país, o também ex-ministro das Finanças afirmou que tal "deve-se seguramente resolver pela via fiscal".

"É legítimo esperar que o reequilíbrio das Finanças Públicas em Portugal permitirá, num contexto de estabilidade orçamental, a redução do que é a carga fiscal que incide sobre os rendimentos, em particular das famílias e jovens", admitiu Centeno.

O governador explicou que esse foi um caminho que se começou a desenhar enquanto estava no Governo, como ministro das Finanças, e que "não pode ser perdido".

Numa mensagem dirigida ao jovens da plateia, Mário Centeno apelou também ao investimento na formação e educação como forma de alcançar sucesso em projetos de inovação. Para o governador, as gerações mais novas devem "aproveitar as oportunidades que se nos colocam". "Não há outra forma", sublinhou.

O governador do Banco de Portugal reconheceu ainda que o país tem "uma história pouco satisfatória" em termos económicos, mas destacou o progresso feito no país ao longo dos últimos anos.

Mário Centeno, que tem raízes familiares em Alcoutim, onde decorre o SummerCEmp, participou na sessão por via digital, mas não deixou de sublinhar que a interioridade não deve ser vista como um travão ao desenvolvimento e à inovação.
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