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Uma percentagem "impressionante": 81% dos trabalhadores sente-se em risco de "burnout"

Os trabalhadores estão mais exigentes com a conciliação da vida pessoal e familiar, mas mais de quatro em cada cinco sente-se em risco de 'burnout', conclui a Mercer, a partir de um estudo global. A percentagem subiu de 63% em 2020 para 81%.

O investimento em escritórios representou 70% do total.
João Cortesão
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Os trabalhadores valorizam modelos de trabalho flexíveis que permitam conciliar a vida profissional e pessoal e criar ambientes de trabalho saudáveis mas, apesar disso, uma "percentagem impressionante" (81%) sente-se em risco de "burnout", perturbação causada pelo stress e por trabalho excessivo. 

As conclusões são da consultora Mercer e resultam do "Global Talent Trends 2022-2023 - The Rise of the Relatable Organization", que se baseia nas opiniões de mais de 13 mil executivos, líderes de recursos humanos e trabalhadores de 25 regiões globais, incluindo Portugal, segundo revela esta segunda-feira a Mercer em comunicado.

Apesar de sublinhar que a retenção de talento passa agora mais pela capacidade de as empresas garantirem horários flexíveis, equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, e um ambiente de trabalho saudável, a Mercer sublinha o aumento da percentagem dos que consideram estar em risco de burnout.

"Uma impressionante percentagem de colaboradores (81%) sente estar em risco de burnout durante este ano (em comparação com o número já preocupante de 63% em 2020)", lê-se no comunicado.

"Os colaboradores afirmam que a principal razão para o burnout é o facto de não se sentirem suficientemente recompensados e reconhecidos pelos seus esforços", indica.

Em Portugal, 81% das empresas inquiridas diz que quer melhorar as políticas de benefícios, com 79% a afirmar que disponibilizam algum tipo de apoio à saúde mental dos colaboradores. Contudo, apenas 15% contemplam recursos de gestão de crises após um "evento traumático".

Os benefícios promovidos pelas empresas portuguesas que participaram no inquérito incluem a redefinição de modelos de trabalho (31%) - por exemplo através da definição de horários de trabalho "realistas" – a expansão generalizada da política de benefícios (38%) ou o acesso a cuidados de saúde mental por meios virtuais (27%).

Só 25% das empresas cobre o custo de vida

Com "o aumento da preocupação relativa a uma eventual recessão económica", cresce também a preocupação das empresas nas políticas de benefícios.

A partir deste estudo a Mercer conclui que 38% das empresas estão a investir em benefícios complementares à remuneração "a fim de evitar o aumento dos salários".

Por sua vez, 31% ajustam de forma coordenada a remuneração e os bónus.

"Cerca de 25% das empresas recorrem apenas à atribuição de bónus, pretendendo evitar compromissos a longo prazo, 25% estão a implementar aumentos ajustados ao custo de vida, sendo que 25% apenas procede a ajustes no caso de colaboradores com um salário abaixo da média", conclui a consultora.

Trabalhadores independentes ficam à margem em Portugal

Em Portugal, "69% das empresas inquiridas afirmam garantir aos seus colaboradores um salário condigno que lhes permita fazer face ao aumento da inflação".

Contudo, os dados para Portugal indicam "que 50% não contemplam a segurança dos chamados ‘gig workers’ (colaboradores em regime temporário por projeto e/ou objetivos). Ainda assim, o estudo revela que 83% mantêm um padrão mínimo de cuidados de saúde para todos os colaboradores".

O comunicado refere que "em Portugal, a demissão silenciosa ("quiet quitting") e a demissão voluntária (voluntary resignation) constituem tendências crescentes".

 

 

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