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Desemprego caiu para 7,6%, o valor mais baixo dos últimos 14 anos

A população desempregada baixou da fasquia dos 400 mil, revelando uma redução ainda mais expressiva do que a que já era esperada pelo INE. Os dados provisórios de Março indicam nova descida.

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A taxa de desemprego caiu em Fevereiro para 7,6%, o valor mais baixo em 14 anos, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE). Face à estimativa provisória, que tinha sido avançada no início deste mês, o valor é ainda mais baixo. Para Março, o INE indica uma continuação da queda do desemprego.

Segundo a informação publicada esta segunda-feira, 30 de Abril, a população desempregada caiu em Fevereiro abaixo da fasquia dos 400 mil. No segundo mês do ano, havia 395,1 mil pessoas à procura de trabalho. Comparando com o mesmo mês de 2017, são 111,4 mil desempregados a menos.


A expectativa das principais instituições é de que a taxa de desemprego continue a diminuir ao longo deste ano, embora a um ritmo mais lento do que o verificado em 2017. Contudo, o valor publicado hoje pelo INE para Fevereiro iguala já a meta do Governo para a média do ano, apresentada no Programa de Estabilidade.

Mais: os dados provisórios de Março apontam para nova descida da taxa, para 7,4%. A concretizar-se, este valor iguala a marca de Abril de 2004 e representa 381,2 mil desempregados, menos 13,9 mil pessoas à procura de trabalho do que o registado em Fevereiro e 120,5 mil a menos quando comparado com os valores de há um ano.

Estes dados são ajustados de sazonalidade – e por isso não comparam directamente com os valores trimestrais divulgados pelo INE – mas mesmo olhando para os dados em bruto, verifica-se uma tendência positiva no mercado de trabalho. A taxa de desemprego de Fevereiro estará em 8% e o valor provisório de Março aponta para os 7,6%.

Se a tendência de redução do desemprego se mantiver, como esperado, é possível que a média de 2018 acabe por ficar mais baixa do que o antevisto pelo Executivo no desenho da estratégia orçamental, com consequências ao nível dos chamados estabilizadores automáticos. Quando o mercado de trabalho melhora, são de esperar menos gastos com prestações sociais, nomeadamente de desemprego, e mais receitas fiscais.

Apesar das boas notícias, o mercado de trabalho português continua a apresentar um calcanhar de Aquiles: o desemprego jovem. Segundo o INE, os dados provisórios de Março não trazem boas notícias para a população entre os 15 e os 24 anos. Apesar da diminuição da taxa de desemprego para esta fatia da população em Fevereiro (em 0,3 pontos percentuais), para Março a expectativa é outra: "A taxa de desemprego dos jovens situou-se em 21,3% e aumentou 0,1 pontos percentuais em relação ao mês precedente," lê-se no relatório.

Assumindo ainda os resultados provisórios de Fevereiro, o reporte de informação do Eurostat já mostrava que no desemprego jovem Portugal fica mal na fotografia europeia.

Emprego recupera a bom ritmo

A população empregada continua a crescer a bom ritmo. Em Fevereiro havia mais 148 mil empregos do que no mesmo mês de 2017, tendo o total de população empregada atingido as 4.783,4 mil pessoas. Em termos homólogos este aumento representa um crescimento de 3,2%.

A expectativa é que em Março a população empregada volte a crescer, na ordem dos 3%.

Estes aumentos da população empregada têm conduzido a melhorias sucessivas na taxa de emprego, de uma décima por mês pelo menos desde o início do ano, devendo chegar aos 61,6% em Março.

Contudo, os dados sobre a população activa recomendam cautela. É certo que a comparação homóloga continua a mostrar aumentos da população activa, o que é um bom sinal para o mercado de trabalho nacional, na medida em que revela capacidade de atracção e um aumento dos recursos disponíveis para a economia.

No entanto, a comparação mensal mostra uma redução ligeira da população activa (de 0,2%, o equivalente a menos 8,5 mil pessoas). E os dados provisórios de Março apontam no mesmo sentido, esperando o INE nova redução.


(Notícia actualizada pela última vez às 12h08)

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