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Um em cada três portugueses disponível para trabalhar noutro sector
Um estudo sobre a reputação dos empregadores mostra que os critérios em que as empresas pontuam melhor não são os mais valorizados pelos funcionários. O retalho é considerado o sector menos atractivo para trabalhar.
Mais de um em cada três portugueses (37%) mostra-se disponível para mudar não só de empresa, como de sector de actividade. A condição é que " estejam asseguradas, pelo menos, condições semelhantes em termos de salário e benefícios". Já 19% só faria este caminho se não conseguisse encontrar emprego no sector em que está ocupado na actualidade, ascendendo a 10% a percentagem de trabalhadores que refere que noutra área de actividade não haveria lugar para a função que desempenha.
Acha que a sua empresa é atractiva por apresentar bons índices de saúde financeira, por ter uma reputação positiva no mercado ou por ser conhecida pelo uso de novas tecnologias? Então talvez precise de rever a sua estratégia de "employer branding" (a reputação enquanto empregador), já que, segundo um estudo divulgado esta quinta-feira, 20 de Abril, estes não são os critérios mais importantes para os trabalhadores portugueses, apesar de serem aqueles em que as empresas pontuam melhor.
Excluindo a remuneração, por ser apontada como factor "higiénico" da relação laboral, os aspectos mais valorizados pela força de trabalho em Portugal são a segurança no trabalho a longo prazo, o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e ainda o ambiente de trabalho agradável. As expectativas na procura de uma mudança na carreira profissional, que põem a nu esta discrepância entre as partes, resultam do estudo "Randstad Employer Brand Award 2017", apresentado numa cerimónia realizada em Lisboa e onde esteve presente o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Mesmo não sendo os maiores focos de atractividade do talento, os atributos da saúde financeira, reputação e uso de tecnologias acabam por ser os que melhor caracterizam os sectores que geram mais entusiasmo nos 6.902 inquiridos pela multinacional de recursos humanos e pela consultora TNS Group em Dezembro de 2016. É o caso da saúde, que é a primeira escolha para 62%, das tecnologias de informação e consultoria (56%) e do turismo, hotelaria e lazer (53%).
Esta análise à percepção da população activa mostra ainda que há uma "diferenciação" entre o reconhecimento das marcas ("brand awareness") e a atractividade dos próprios sectores. O caso mais evidente é o do retalho e grande consumo: é aquele em que os portugueses mais são capazes de identificar as marcas, mas também o que surge pior classificado (28%) no que respeita à atractividade para trabalhar.
Microsoft ultrapassa TAP na lista das mais atractivas
A Microsoft (83,1%), a Delta (69,4%) e a TAP (69,3%) são as três empresas mais atractivas para trabalhar em Portugal, segundo o "Randstad Employer Brand Research 2017". Face à última edição, que mantém os mesmos nomes no pódio, o destaque vai para a descida da transportadora aérea para a terceira posição, onde estava a multinacional tecnológica de origem americana que ascendeu ao primeiro lugar.
O "top 20" integra ainda a Nestlé (que lidera nas categorias saúde financeira e reputação), The Navigator Company (que se destaca no ambiente de trabalho e no equilíbrio trabalho - vida pessoal), RTP, Hovione (a farmacêutica é a melhor em progressão na carreira e trabalho estimulante), ANA - Aeroportos de Portugal, Siemens (a preferida no uso de tecnologia recente), OGMA - Indústria Aeronáutica, Nokia, Bosch Termotecnologia, Banco de Portugal (o mais pontuado em segurança no trabalho), Volkswagen Autoeuropa, grupo Pestana, Fujitsu, CTT, EDP (a energética está no topo das categorias ambiental e socialmente responsável), Luz Saúde e Sumol+Compal.