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Randstad "dobra" projecto Altice com 12 call centers

A meio do plano para três anos, a dona da PT integra já perto de 1.400 pessoas nos centros de contacto montados pela empresa de recursos humanos e espalhados sobretudo pelo Norte, que prestam assistência a clientes franceses da operadora.

26 de Dezembro de 2016 às 22:00
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Em ano e meio, a sucursal portuguesa da Randstad montou 12 call centers para a Altice, que desenhou um plano a três anos, iniciado em Maio de 2015, que previa a criação de quatro mil postos de trabalho em Portugal. Cumprido que está metade desse prazo, estes centros para a assistência aos clientes franceses empregam cerca de 1.400 pessoas, sobretudo na região Norte.

O balanço é feito ao Negócios pelo presidente da empresa de recursos humanos a quem a operadora de telecomunicações que comprou a PT – e que já era cliente através da Cabovisão – entregou o "outsourcing" completo destes projectos. O primeiro call center abriu em Vieira do Minho; em Novembro assinou o protocolo mais recente, em Vila Real, onde as primeiras turmas de 24 pessoas estão em formação e vão iniciar a operação até ao final do ano.

"Projecto só é possível se for competitivo, no binómio qualidade-preço, em relação ao Norte de África." José Miguel Leonardo, Presidente da Randstad Portugal

No final desta primeira fase do projecto Altice, José Miguel Leonardo "não [prevê] avançar com outros centros no próximo semestre". O gestor contrapõe que "o foco é encontrar e formar mais pessoas para preencher na totalidade os postos operacionais que estão criados nessas 12 infra-estruturas, que têm ainda capacidade de expansão".

Processo em cinco etapas

Para a multinacional de origem holandesa, que entrou em Portugal em 2008 com a aquisição da Select Vedior e "emprega" diariamente cerca de 30 mil pessoas no país, estes contratos "de milhões de euros", cujo valor exacto recusa divulgar por obrigações de confidencialidade, têm "impacto, dimensão e complexidade". Os operadores para a Altice já representam 11% dos 13 mil colocados nos call centers de alguns dos dois mil clientes portugueses, como a EDP.

"Tem expressão, obviamente. Somos uma subsidiária, mas não deixamos de ser portugueses e de nos congratularmos com a capacidade que o país tem de fazer coisas que alguns menosprezam, mas que são fantásticas. (…) Tende-se a banalizar a importância dos call centers, mas um mau serviço – pode ser o tom de voz ou a incapacidade de resolver o problema – pode fazer perder um cliente", sustenta José Miguel Leonardo.

Com uma facturação a rondar os 370 milhões no total dos negócios, a Randstad Portugal entrou neste segmento "pela porta das pessoas". "Começámos por recrutar para terceiros porque essa é a nossa habilidade nata. O resto [das competências] fomos acrescentando ao longo de 15 anos", detalha, sublinhando que o mandato conferido pela Altice "requer tecnologia, investimento e capacidade de implementar".

O ponto de partida é a identificação de zonas onde há "probabilidade elevada" de encontrar mão-de-obra que domine o francês. Seguem-se contactos com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), autarquias e outras entidades locais porque "este projecto só é possível se for competitivo, no binómio qualidade-preço, em relação a países francófonos no Norte de África e a algumas ilhas dispersas pelo mundo". Só depois do "recrutamento exaustivo" e da formação mais técnica e também no idioma, o processo fica completo com a montagem da infra-estrutura tecnológica. 

Recruta emigrantes e desempregados

Perto de 80% dos 1.400 postos nos call centers da Altice estão ocupados por pessoas que estavam em situação de desemprego, mais de metade delas de longa duração. Com idades entre 18 e 64 anos, alguns dos mais velhos recrutados pela Randstad Portugal para estas operações estavam ainda em idade activa e que queriam voltar ao mercado de trabalho; eram emigrantes que estavam "em dificuldades e sem emprego" na França, Suíça, Bélgica ou Luxemburgo; e também alguns luso-descendentes. Em comum têm o domínio nativo na língua francesa, embora as turmas seguintes já tenham incluído candidatos com nível básico do idioma. "Contámos com a ajuda do IEFP porque o francês também é de utilidade para outros sectores, como o turismo", frisa José Miguel Leonardo.


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