Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Patrões vão pressionar Costa a flexibilizar meta de 900 euros para o salário mínimo

O programa eleitoral do PS prevê um acordo sobre rendimentos que inclua a subida do salário mínimo para os 900 euros em 2026. As cinco confederações patronais rejeitam acordar metas fixas.

A carregar o vídeo ...
  • ...

O PS ganhou as eleições, com maioria absoltuta, com o compromisso de fazer chegar o salário mínimo aos 900 euros em 2026, no âmbito de um acordo de rendimentos a assinar em concertação social. No entanto, o Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) assumiu esta quarta-feira em conferência de imprensa que não concorda com metas fixas.

 

"Definir num horizonte de legislatura que o salário mínimo – que não deixa de ser um referencial para os outros salários – deve ser x ou y sem ter em atenção a imprevisibilidade que cada vez mais caracteriza as economias, sem incorporar as ameaças externas (...) que determinam aumentos das matérias-primas e custos energéticos, estar qual adivinhação que determina que em 2026 vamos chegar aqui ou ali...", criticou António Saraiva, presidente da CIP e atual porta-voz da confederação.

 

"Uma coisa é o objetivo ambicioso de lá chegarmos, tudo faremos para o conseguir. Coisa diferente é quantificar", disse. "Estar a prever este ou aquele objetivo perfeitamente quantificado não nos parece como ponto de partida o mais lógico", sustentou, mostrando-se disponível para avaliar indicadores que definam os aumentos salariais. "Até desejaríamos que pudesse ser mais", referiu.

 

As cinco confederações que fazem parte deste Conselho (CAP, CCP, CIP, CTP e CPCI) reiteraram que querem voltar ainda a discutir a chamada "agenda do trabalho digno", retirando as normas que foram incluídas sem acordo, tal como tinham já adiantado ao Negócios.

António Saraiva especificou que não está em causa a regulação das plataformas ou as alterações ao teletrabalho, mas antes as medidas que não passaram por concertação social que, embora não tenha especificado, passam pelo menos pelo aumento das compensações por cessação de contrato de trabalho ou de mexidas no valor a pagar pelas horas extraordinárias.

 

Mostrando-se preocupadas com a falta de mão-de-obra defendem antes uma nova política de imigração e emigração que, segundo ilustrou o presidente da CAP, pode passar por descontos fiscais mais longos para os que regressem.

 

Da agenda do Conselho entregue aos jornalistas consta ainda a redução progressiva do IRC (de 21% para 17%, e/ou eliminação da derrama), a redução do ISD via revisão de escalões, a redução das taxas de tributação autónoma, bem como várias medidas na área da capitalização das empresas, da formação, da reforma da justiça e da administração pública.

As associações patronais serão recebidas na próxima segunda-feira por António Costa.

Notícia atualizada às 14:18 com mais informação.

Ver comentários
Saber mais Conselho Nacional das Confederações Patronais Costa economia negócios e finanças trabalho política
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio