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Humildade e maturidade valem mais do que um curso imaculado

Com dezenas de currículos semelhantes a chegarem todos os dias à caixa de correio, as empresas estão sobretudo a avaliar as "soft skills" dos candidatos jovens a um emprego, para uma evolução rápida dentro da organização.

Bruno Simão/Negócios
25 de Fevereiro de 2014 às 10:00
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Mais do que um percurso académico imaculado, nos jovens a contratar, as empresas procuram características como a flexibilidade e a maturidade emocional para lidarem com as exigências de uma nova fase da vida no mercado de trabalho. À falta de experiência profissional, estes candidatos devem munir-se de humildade para aprender e evoluir de forma veloz dentro das organizações, aconselharam os especialistas na área de recrutamento ouvidos pelo Negócios.

"O factor diferenciador são as ‘soft skills’. São estas características que as empresas vão procurar nos candidatos e nos jovens licenciados. A capacidade de comunicação, de trabalho em equipa, de relacionamento interpessoal, de resolução de problemas, o dinamismo e a gestão de tempo são capacidades indispensáveis em qualquer actividade profissional", apontou Carlos Andrade, o director do escritório da Michael Page no Porto.

O director-geral da Kelly Services, outra empresa de recrutamento e selecção, sublinhou que o perfil do jovem que está a ser procurado pelas empresas deve ser pontuado por um "equilíbrio emocional e racional elevado, pela flexibilidade, pela polivalência e pela vontade de fazer a diferença". No fundo, acrescentou Afonso Carvalho, características que possam fazer dele um profissional "altamente produtivo e contributivo para a organização" que se prepara para integrar.

Humildade e resistência ao stress

"As empresas procuram jovens pró-activos, flexíveis, bem formados e informados, que demonstrem ter uma maturidade operacional acima da média da sua faixa etária, de forma a agarrarem os desafios com a humildade necessária para aprenderem e evoluírem rapidamente dentro das organizações", concordou Carlos Maia, "office manager" da Hays, que trabalha áreas de especialização como Contabilidade e Finanças, Engenharia, Tecnologias de Informação, Retalho, Banca ou Indústria Farmacêutica.

Estes são conselhos partilhados por Cristina Rosa, da área de Finanças e Banca da Msearch. "Dinamismo, pró-actividade, autonomia, competências comunicacionais e de relacionamento interpessoal, flexibilidade e capacidade de adaptação à mudança, rigor, capacidade de lidar com o stress e pressão, focalização no trabalho por objectivos, independentemente da função a desempenhar", resumiu a gestora desta empresa do grupo Multipessoal, que tem o Grupo Espírito Santo como accionista de referência.

Hoje em dia, a concorrência por um emprego é feroz. E no caso dos recém-licenciados, sem experiência profissional, também as actividades extra-curriculares podem ser determinantes na escolha do melhor candidato. Ser bombeiro voluntário, integrar uma associação ambientalista ou praticar desporto em equipa são actividades que ganham valor nas dezenas de currículos de jovens que chegam todos os dias às empresas de recrutamento.

 
Perfis nas redes sociais tramam um em cada dez jovens

Cada vez mais empresas analisam o "perfil público" dos candidatos a uma vaga de emprego, disponível nas diversas redes sociais. E segundo um estudo global publicado em Agosto pela consultora "On Device Research", 10% dos 17 mil inquiridos, entre os 16 e os 34 anos, já foram rejeitados, pelo menos uma vez, por causa de comentários ou imagens publicadas em redes sociais, como o "Facebook" ou o "Twitter".

 

Ainda assim, 66% dos jovens consultados em países como Estados Unidos, Brasil, China, Reino Unido, Nigéria e Índia respondeu não estar preocupados com as consequências a longo prazo que essas mesmas partilhas na Internet possam vir a ter na sua vida profissional, como condicionamento de carreira. Mais: a maioria mostra-se mais disponível para alterar o seu perfil online para agradar aos amigos do que aos possíveis futuros empregadores.

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