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Governo admite estender apoios ao emprego no segundo semestre
O ministro da Economia assegura que, “se for necessário”, as medidas para preservar o emprego vão ser prolongadas até ao final do ano, assinando que “ainda não é o tempo” de pensar no impacto sobre as finanças públicas.
O Governo "está preparado para continuar a estender os apoios ao emprego no segundo semestre, se isso for necessário". A garantia é do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, avisando que estes auxílios de emergência não devem ser "retirados cedo demais" e que é preciso "preservar o mais possível o emprego até à normalização sanitária".
O ministro da Economia reconheceu que esta opção "pode ter impacto sobre as finanças públicas e as previsões" feitas pelo Executivo, mas também assinalou que "ainda não é o tempo de fazer essas projeções". "Temos é de estar preparados para dar a resposta adequada para que a crise não tenha efeitos mais nefastos sobre a economia e a sociedade do que aqueles que precisa de ter", acrescentou.
Falando esta segunda-feira, 25 de janeiro, numa conferência organizada pelo BPI, JN e TSF, Pedro Siza Vieira sustentou que "não vale a pena esperar pela destruição de setores inteiros por [causa de] uma circunstância temporária", como descreveu esta crise. Até porque "depois teríamos de refazer essas competências" por um período muito mais alargado.
"Esta crise é temporária. Não tem origem em endividamento excessivo das empresas ou em má gestão, mas numa circunstância externa que faz rarefazer a procura. As empresas do turismo ou da restauração apenas estão mal porque não aparecem clientes", argumentou o ministro da Economia.
Questionado sobre o papel que está a ter a formação na contenção da subida do número de desempregados, Pedro Siza Vieira começou por dizer que também há criação de emprego através da recuperação da atividade económica, dando o exemplo da indústria no último trimestre do ano passado, para assinalar depois a importância dessas ações de reciclagem de conhecimentos.
"Estamos a trabalhar com um conjunto de associações empresariais para aproveitar este tempo de menor atividade para o aumento de qualificações, seja a nível das línguas, da utilização de ferramentas digitais ou da sensibilização para novas práticas de sustentabilidade e sanitárias. É importante aproveitar os momentos para reciclar os conhecimentos dos trabalhadores das empresas", concluiu.