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Bruxelas alerta para criação de emprego pouco qualificado em Portugal
Apesar do aumento do salário mínimo e da devolução de rendimentos, os custos unitários de trabalho em Portugal têm uma evolução contida. Ao DN, a Comissão Europeia comenta o aparente embaratecimento do país.
A Comissão Europeia alerta para a concentração da criação de emprego em actividades onde predominam as baixas qualificações e a prática de salários mais reduzidos, explicando assim a contida evolução dos custos unitários do trabalho, em relação aos parceiros europeus, num contexto em que até foram devolvidos rendimentos e aumentado o salário mínimo.
Citada pelo DN, fonte oficial de Bruxelas sublinhou que "em 2017, o abrandamento verificado nos custos unitários do trabalho deveu-se, principalmente, ao facto de o crescimento dos salários ter continuado a ser lento". "Isto pode ser explicado pela elevada proporção de empregos a ser criados em sectores com perfis de baixas qualificações e salários abaixo da média", sustentou a mesma fonte.
Entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período deste ano, mais de 68% do aumento do número de postos de trabalho (num total de 141,5 mil empregos) foram criados em quatro categorias associadas a salários e qualificações mais baixas, indica o jornal. "Pessoal administrativo", "trabalhadores dos serviços pessoais, protecção, segurança e vendedores", "operadores de instalações, máquinas e da montagem" e "trabalhadores não qualificados": só para estas funções surgiram 96,4 mil postos de trabalho no espaço de um ano.
As previsões da Comissão Europeia apontam para que a produtividade por trabalhador (2,8%) vá crescer a um ritmo mais elevado do que o salário médio por empregado (1,7%) no próximo ano. Ainda assim, e apesar de ser a sétima variação mais baixa na União Europeia, Bruxelas admite que "as melhorias na produtividade estão, de facto, a conduzir a uma moderação adicional esperada nos custos unitários do trabalho em 2018", que devem subir 0,8%.