Notícia
BCE: Desemprego na Zona Euro é muito mais alto que o oficial
A falta de dinamismo do mercado de trabalho afecta 18% da população activa da Zona Euro, o dobro dos 9,5% indicados pela taxa de desemprego. O desemprego é mais alto do que sugerem os dados oficiais e está a travar os salários.
O desemprego na Zona Euro é muito mais alto do que sugerem os dados oficiais, e continua a travar os aumentos de salários, conclui um estudo do Banco Central Europeu, que está a ser interpretado como uma mensagem de defesa da sua política de estímulos.
A instituição cita os critérios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para fazer uma aproximação a um conceito de "desemprego real".
Contando com o número de inactivos desencorajados – que deixaram de procurar activamente trabalho – e com as pessoas que têm um horário incompleto – e que desejavam trabalhar mais horas – o estudo conclui que "a falta de dinamismo do mercado de trabalho afecta cerca de 18% da população activa da Zona Euro", ou seja, "quase o dobro do que o nível registado pela taxa de desemprego, que está nos 9,5%".
"Apesar dos aumentos significativos do emprego, o aumento dos salários na Zona Euro continua comprometido" sugerindo "que pode existir um alto nível de subutilização do trabalho, além do que é sugerido pela taxa de desemprego", lê-se no documento.
A instituição refere que desde o início da União Económica e Monetária a escassez de mão-de-obra levou a pressões para o aumento de salários, mas acrescenta esta ligação parece ter-se quebrado durante a recuperação económica.
"Apesar de uma clara melhoria em muitos indicadores do mercado de trabalho, os mercados de trabalho na maioria dos países da Zona Euro – com a notável excepção da Alemanha – parecem estar sujeitos a um grau considerável de subutilização".
O estudo está incluído no boletim económico regular do Banco Central Europeu, o principal documento de análise da economia da Zona Euro produzido pela instituição.