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BCE: Desemprego na Zona Euro é muito mais alto que o oficial

A falta de dinamismo do mercado de trabalho afecta 18% da população activa da Zona Euro, o dobro dos 9,5% indicados pela taxa de desemprego. O desemprego é mais alto do que sugerem os dados oficiais e está a travar os salários.

Bruno Simão/Negócios
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O desemprego na Zona Euro é muito mais alto do que sugerem os dados oficiais, e continua a travar os aumentos de salários, conclui um estudo do Banco Central Europeu, que está a ser interpretado como uma mensagem de defesa da sua política de estímulos.

A instituição cita os critérios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para fazer uma aproximação a um conceito de "desemprego real".

Contando com o número de inactivos desencorajados – que deixaram de procurar activamente trabalho – e com as pessoas que têm um horário incompleto – e que desejavam trabalhar mais horas – o estudo conclui que "a falta de dinamismo do mercado de trabalho afecta cerca de 18% da população activa da Zona Euro", ou seja, "quase o dobro do que o nível registado pela taxa de desemprego, que está nos 9,5%".

"Apesar dos aumentos significativos do emprego, o aumento dos salários na Zona Euro continua comprometido" sugerindo "que pode existir um alto nível de subutilização do trabalho, além do que é sugerido pela taxa de desemprego", lê-se no documento.

A instituição refere que desde o início da União Económica e Monetária a escassez de mão-de-obra levou a pressões para o aumento de salários, mas acrescenta esta ligação parece ter-se quebrado durante a recuperação económica.

"Apesar de uma clara melhoria em muitos indicadores do mercado de trabalho, os mercados de trabalho na maioria dos países da Zona Euro – com a notável excepção da Alemanha – parecem estar sujeitos a um grau considerável de subutilização".

O estudo está incluído no boletim económico regular do Banco Central Europeu, o principal documento de análise da economia da Zona Euro produzido pela instituição.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quarta-feira os dados oficiais do desemprego em Portugal, relativos ao primeiro trimestre do ano. Os últimos indicadores apontam para uma recuperação do emprego e para uma quebra da taxa de desemprego, que poderá ter terminado o trimestre abaixo dos 10%.

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