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Barclays instala sensores na mesa dos trabalhadores  

"Os sensores não monitorizam pessoas nem a produtividade, avaliam o uso do espaço dos escritórios", afirmou o banco numa declaração enviada por e-mail.

22 de Agosto de 2017 às 16:28
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O Barclays instalou dispositivos que monitorizavam quanto tempo os trabalhadores do banco passavam nas suas secretárias.

 

Vários gestores foram questionados quando os funcionários do banco de investimento em Londres descobriram caixas pretas debaixo das suas mesas nos últimos meses, segundo vários funcionários do Barclays, que pediram anonimato ao falar sobre seu local de trabalho. Eram dispositivos de monitorização chamados OccupEye, equipados com sensores de calor e movimento para registar quanto tempo os funcionários passam nos seus postos de trabalho.

 

Os dispositivos foram "implementados em etapas" e o pessoal do Barclays e o sindicato Unite foram notificados antes da instalação, embora o banco não tenha enviado um memorando específico sobre eles, segundo o porta-voz Tom Hoskin. Os funcionários do Barclays disseram que não se lembram de terem sido informados sobre os sensores, mas porta-vozes do banco disseram que nenhuma queixa foi apresentada oficialmente ao departamento de recursos humanos.

 

Os dispositivos, fabricados pela Cad-Capture, com sede em Blackburn, Reino Unido, são vendidos como uma forma de as empresas identificarem como reduzir o espaço dos escritórios. Um painel multicolorido mostra aos gestores quais os postos de trabalho que estão desocupados e analisa tendências de utilização.

 

"Os sensores não monitorizam pessoas nem a produtividade, avaliam o uso do espaço dos escritórios", afirmou o banco numa declaração enviada por e-mail. "Este tipo de análise ajuda-nos a reduzir custos, por exemplo, administrando o consumo de energia ou identificando oportunidades para flexibilizar mais os ambientes de trabalho."

 

Poupanças

 

A utilização intensiva das mesas pode parecer atractiva como estratégia de redução de custos para o CEO do Barclays, Jes Staley, que disse que "enormes poupanças" devem ser feitas diminuindo a utilização de imóveis do banco. Em Dezembro, o Barclays alugou espaço para escritórios ao governo no distrito londrino de Canary Wharf, economizando assim cerca de 35 milhões de libras (45 milhões de dólares) por ano.

 

"Garantiram que os aparelhos não monitorizavam indivíduos nem o desempenho deles", disse Dominic Hook, funcionário nacional do Unite, num comunicado. O sindicato "acompanhará atentamente a situação para garantir que os sensores nunca sejam utilizados para espionar os funcionários ou como forma de medir a produtividade".

 

Consultas a outros dez bancos com operações em Londres revelaram que o Lloyds Banking Group usa sensores de movimento parecidos. Os aparelhos OccupEye já causaram polémicas: o jornal Daily Telegraph removeu os dispositivos no dia em que foram instalados por causa das queixas dos funcionários e de um sindicato de jornalistas, que reclamaram esta ser uma "vigilância estilo Big Brother".

 

O Lloyds, como o Barclays, tem reduzido o seu espaço em Londres no intuito de economizar 100 milhões de libras por ano. "É importante rever regularmente o espaço de escritórios e de trabalho", disse Ross Keany, porta-voz do Lloyds. "Usamos sensores de movimento em alguns dos nossos escritórios, mas também interagimos com os colegas e pedimos a opinião deles sobre o que funcionaria melhor."

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