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77% dos teletrabalhadores portugueses já querem voltar ao escritório

Inquérito da Randstad mostra quebra na preferência pelo teletrabalho, face à primeira fase da pandemia. Saudade dos colegas, equilíbrio com vida familiar e solidão são os motivos invocados pelos profissionais em Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Abril de 2021 às 12:32
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Saudade da interação com os colegas (61%), dificuldade em manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (39%) e estarem sozinhos e isolados (29%). Estas são as três principais razões para os portugueses considerarem difícil trabalhar a partir de casa, embora admitam que a produtividade não foi afetada por estarem a laborar à distância.

 

Segundo o mais recente inquérito realizado pela Randstad, entre fevereiro e março deste ano (quando o país estava em confinamento), ao contrário do que acontecia no ano passado, em que havia uma "clara preferência" pelo teletrabalho, na mais recente edição deste estudo, 77% dos profissionais que estão atualmente no regime remoto querem agora voltar ao local de trabalho.

 

Esta percentagem está em linha com a tendência registada pela multinacional de recursos humanos nos outros 33 países analisados no primeiro "Workmonitor" de 2021. As principais dificuldades apontadas no regresso ao escritório é terem de usar máscara durante todo o dia (65%) e sentirem-se "continuamente em risco de contaminação" (59%).

 

Por outro lado, seis em cada dez portugueses considera que vai ter mais oportunidades de emprego depois de ser vacinado contra a covid-19. Ainda assim, em reconhecimento pela forma como o empregador geriu a pandemia, metade admite ficar na empresa atual por mais tempo e um terço "trabalhar mais e ser mais produtivo" por causa da orientação e assistência prestadas ao longo do último ano.

 

E quais as medidas que as empresas portuguesas deviam implementar? Um subsídio extra para trabalho remoto; políticas sobre horas de trabalho para ajudar a manter um equilíbrio adequado entre vida pessoal e profissional; protocolos rígidos e claros para trabalho presencial e remoto; uma linha de atendimento para saúde física e mental; e pesquisas regulares sobre o bem-estar dos funcionários e a sua perceção em relação à empresa.

Patrões pedem "sensatez" nas despesas do teletrabalho O presidente da CIP, António Saraiva, sublinhou em entrevista ao Negócios e à Antena 1 que o diploma que estende o teletrabalho até ao final do ano só se aplicará nos concelhos de maior risco. Além disso, pediu "sensatez" aos sindicatos que estão a fazer "pedidos absurdos" às empresas no que toca ao pagamento de despesas a quem está a trabalhar remotamente. "Temos de ser justos e temos de encontrar de comum acordo a vantagem das duas partes porque os trabalhadores também não têm gastos de transportes, não têm um conjunto de gastos. Vamos ser sensatos", resumiu o líder da mais importante confederação empresarial do país.
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