Notícia
Ministério da Educação quer avaliar resultados dos exames nacionais
Os exames nacionais deste ano registaram uma subida generalizada, com destaque para a disciplina de Matemática A que registou uma subida de três valores. Ministério da Educação quer agora avaliar grau de exigência dos resultados.
Os resultados dos exames nacionais do ensino superior registaram uma subida generalizada em relação ao ano anterior, com o grande destaque a ir para Matemática A, que subiu quase três valores. A segunda disciplina com maior número de provas realizadas conquistou um dos melhores resultados de sempre, com uma média de 12 valores, depois de vários anos sem conseguir que a média da disciplina chegasse a positiva.
Os resultados obtidos na disciplina de Matemática, que ultrapassou a média de 11 valores na disciplina de Português, diminui para metade o número de alunos a chumbar no exame, de 22% para 11%.
Já a Física e Química a subida da média não foi suficiente para ultrapassar a barreira negativa, mantendo-se nos 9,9 valores. Biologia e Geologia registou a maior descida, deixando cair a média positiva conseguida em 2014 para os 8,9 valores.
Face a esta melhoria inesperada das médias dos exames, especialmente com os resultados alcançados com Matemática A, o Ministério da Educação e Ciência anunciou que irá pedir ao Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) uma análise para verificar se houve mudanças no grau de exigência.
Em comunicado, o MEC sublinha "a importância de os exames serem um referencial no processo de avaliação dos alunos, devendo para isso manter-se com um grau de exigência global semelhante ao longo dos anos".
Este anúncio não foi bem recebido pela Associação de Professores de Matemática (APM), que lamenta as dúvidas levantadas pelo Ministério da Educação. Para Lurdes Figueiral, presidente da APM, os "exames desajustados" foram os dos anos anteriores, e não os deste ano. Em declarações à Lusa, a presidente da APM disse que os resultados deste ano "fazem justiça ao trabalho de alunos e professores" e confirmam a adequação e ajustamento do exame ao programa de Matemática, uma vez que a média dos exames está bastante mais próxima da média das classificações internas.
Lurdes Figueiral disse no entanto que os exames são instrumentos de avaliação "pouco rigorosos", acusando de se fazer com os exames "aquilo que se quer e o resultado que se quer obter". "Talvez o senhor ministro não tenha conseguido obter os resultados que queria", acrescentou.
Fernando Costa, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, admitiu no entanto que esta subida média de exame é "um resultado inesperado", não sendo "expectável uma diferença de três valores", mesmo reconhecendo que a prova deste ano era mais simples, com alterações estruturais e na distribuição da pontuação pelos diferentes tópicos que favorecia notas mais altas.