Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Crato impede realização de reuniões sindicais no dia da prova dos professores

O Ministério da Educação tenta travar um dos instrumentos anunciados pela Fenprof para "boicotar" a prova de avaliação de conhecimentos dos professores. O sindicato acusa o Ministério de Crato de ilegalidade.

Miguel Baltazar/Negócios
21 de Julho de 2014 às 15:38
  • 10
  • ...

O Ministério da Educação e Ciência (MEC), por via da Direcção-Geral de Estabelecimentos Escolares, enviou esta segunda-feira às escolas onde se realiza a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) uma orientação sobre o funcionamento e acesso às instalações amanhã, 22 de Julho. Basicamente, impede a realização das reuniões sindicais que a Fenprof tinha agendado para a manhã da prova. 

 

"No documento, é dada aos directores a orientação de que a realização da prova é um serviço de natureza urgente e essencial. Assim, no estrito cumprimento da lei, devem ser desenvolvidas todas as diligências necessárias e adequadas a garantir que no dia 22 de Julho se encontram ao serviço todas as pessoas que assegurem o normal funcionamento desse serviço de natureza urgente e essencial. É necessário garantir as condições de tranquilidade adequadas à realização da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades, salvaguardando o interesse público e o direito dos candidatos à sua realização. Assim, nesse dia, entre a abertura do estabelecimento escolar e as 14h, o acesso às instalações onde se realiza a prova deverá ser restrito às pessoas envolvidas no serviço de natureza urgente e essencial", lê-se no comunicado enviado às redacções ao início da tarde pelo gabinete do ministro da Educação.

 

A reacção não tardou por parte da Fenprof, que, num parecer jurídico fundamentado, considera tal proibição uma "grave ilegalidade, que atenta contra a liberdade sindical consagrada na Constituição da República". "Não pode algo que intrinsecamente nem sequer é função dos próprios estabelecimentos em causa e, muito menos, dos docentes trabalhadores ser transmutado por mera decisão administrativa numa restrição a um direito, liberdade e garantia", justificam. As reuniões sindicais foram marcadas por esta estrutura para que os professores convocados para vigiar as provas pudessem participar nas reuniões e assim verem a sua falta justificada.

 

A prova de avaliação de conhecimentos e capacidades tem estado envolta em muita contestação. A polémica reacendeu no final da semana passada, quando o Ministério de Nuno Crato reagendou a segunda chamada da prova comum para esta terça-feira, 22 de Julho, às 10h30. Os professores acusaram Crato de desrespeito por ter marcado esta prova com três dias úteis de antecedência, o que também impediu a realização de uma greve para esse dia. Fenprof marcou as reuniões sindicais, agora proibidas, e entregou providências cautelares por todo o País na sexta-feira.

 

Os sindicatos prometem contestação para amanhã e o movimento boicote & cerco também já avisou que vai agir com criatividade, não divulgando acções para surpreender o ministro.

 

Entretanto, de acordo com a Lusa, os tribunais administrativos de Coimbra, Lisboa e Beja indeferiram os pedidos de decretamento de providências cautelares interpostos pelos sindicatos para travar a prova de avaliação docente marcada para a manhã de terça-feira.

 

A esta prova poderão apresentar-se cerca de 4.000 docentes, tantos quantos aqueles que foram impedidos de a fazer no dia 18 de Dezembro de 2013 por causa da greve e dos boicotes que marcaram o dia da prova. Os contratados com menos de cinco anos ficam assim dependentes da aprovação nesta prova para poderem ser contratados novamente este ano.

Ver comentários
Saber mais PACC professores avaliação escolas Crato Fenprof
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio