“Até aqui, o crescimento tem sido orgânico, mas vamos muito em breve observar crescimento inorgânico [da banca angolana], já que, pela dimensão do mercado não se justifica a existência de tantas instituições”. Esta é a visão de Pedro Subtil, “partner” da área financeira da KPMG Portugal, operação que, em Agosto assumiu a liderança da empresa em Angola.
No entanto, os bancos angolanos dominados por grupos portugueses deverão ficar à margem deste movimento. “As operações dos bancos portugueses estão focalizadas na bancarização. Primeiro fizeram uma abertura massiva de sucursais em Luanda, agora estão a expandir a rede para as restantes províncias. A consolidação vai passar por pequenos nichos e pequenas instituições”, antevê Vítor Ribeirinho, responsável pela área de auditoria da KPMG, na apresentação do estudo “Análise ao Sector Bancário Angolano”.
No final de 2009, de acordo com o relatório elaborado pela KPMG, havia 20 bancos a operar em Portugal, sendo que os primeiros cinco, entre os quais o Banco Espírito Santo Angola e o Banco de Fomento, controlado pelo
BPI, controlavam mais de 50% dos depósitos do sistema. Nesse exercício, o activo médio do sistema cresceu 30%, tendo sido abertas 100 novas agências.
Ainda assim, a KPMG acredita que o sector financeiro angolano continua a ter “potencial”, já que o nível de bancarização é de apenas 11% da população total.