A iniciativa, o "Career Forum", teve um número recorde de alunos inscritos. Numa manhã, em ambiente de palestra, cada empresa fazia o seu "company pitch". Da parte da tarde haveria o "networking event". No segundo e terceiro pisos, todo o dia, as "interviews". O mercado é português, mas o ambiente é "very british".

Eles engravatados, elas de salto alto. Os estudantes iam circulando e recolhendo brochuras entre as bancas repletas de brindes, desde cadernos e canetas a latas de refrigerante, passando por desodorizantes. O fórum promovido pela Universidade Católica (ou antes: Católica Lisbon) juntou os alunos em busca de uma oportunidade de trabalho e as empresas à caça de talento jovem.

Susana Prudêncio, especialista de desenvolvimento de carreiras da Católica Lisbon, diz que este fórum "tem contribuído muito positivamente" para a colocação dos alunos no mercado de trabalho. "A nossa taxa de colocação é de 100% para os alunos de mestrado nos três meses seguintes à conclusão do curso. E 80% conseguem colocação ainda antes de concluírem o mestrado", afirmou Susana Prudêncio, em declarações ao Negócios.

"Aquilo que temos sentido é que existe uma maior preparação dos nossos alunos quando estão à procura de colocação", diz ainda a mesma responsável, reconhecendo que a conjuntura crítica que o País atravessa tem levado os estudantes universitários a empenharem-se ainda mais para conquistar um lugar no mercado de trabalho. Segundo Susana Prudêncio, no último ano a Católica teve "um aumento considerável" de colocação dos seus alunos no estrangeiro, sendo Londres um dos destinos mais frequentes.

A colaboradora da Católica Lisbon nota ainda que "enviar um CV [curriculum vitae] hoje em dia já não é suficiente", sendo necessário os alunos investirem noutras formas complementares de seduzir os potenciais empregadores. "É necessário capitalizar o uso do LinkedIn", recomenda.

Para Susana Claro, sócia da consultora PricewaterhouseCoopers, os alunos que hoje procuram trabalho não devem ver o seu curso actual como um ponto final na formação. "Não é assim tão importante ter mestrado, mas não o tendo agora é bom pensar em vir a fazê-lo em algum momento. O mundo muda todos os dias e devemos estar sempre a aprender", afirmou a especialista em fiscalidade, em resposta a um estudante.

Para os mais de 900 alunos que participaram no fórum de carreiras, o contacto com as empresas presentes no "campus" pode ter sido essencial. Quando acabarem o mestrado, elas estarão à sua espera. "Se Deus quiser", porque a universidade é Católica.