Horas após a agência Moody’s ter cortado a notação da República Portuguesa em quatro níveis, mais um responsável europeu vem a terreno mostrar-se favorável à formação de uma agência de "rating" europeia.

Guido Westerwelle, ministro dos Negócios Estrangeiros alemão defendeu hoje, em declarações aos jornalistas em Berlim citadas pela Bloomberg, que a constante discussão sobre reduções e subidas de "rating" por parte das agências de notação financeira "mostram que esta questão precisa de uma reforma institucional".

O responsável defendeu ainda que "é necessário estabelecer uma agência de 'rating' europeia independente". Westerwelle, que estava acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, deixou a garantia de que o governo germânico "vai trabalhar nesta questão".

Na sequência dos sucessivos cortes na notação de diversos países europeus, a questão da criação de uma agência de "rating" europeia tem sido debatida pelos líderes europeus.

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, admitiu a possibilidade de ser criada uma agência europeia mas sublinhou que "no âmbito político não há decisões". Mas "a mim parece-me estranho que não haja uma única agência vinda da Europa". "Isso mostra que pode haver algum preconceito nos mercados quando se trata da avaliação de assuntos específicos da Europa", afirmou Barroso, de acordo com a Bloomberg.

Quanto à decisão da Moody’s, a agência já veio esclarecer que as medidas de austeridade apresentadas por Pedro Passos Coelho, na passada semana na Assembleia da República durante a apresentação do Programa de Governo, já foram tidas em linha de conta na decisão conhecida ontem, segundo revelou à agência Lusa o vice-presidente da instituição.