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Vítor Gaspar: "O devedor está sempre limitado"
Vítor Gaspar lembrou que, embora um excedente também provoque desequilíbrios, um credor não está limitado financeiramente.
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Confrontado com uma pergunta da audiência durante uma conferência de homenagem ao economista António Borges, o ex-ministro das Finanças procurou explicar o motivo pelo qual se adopta uma postura mais crítica em relação aos défices, como tem Portugal, do que em relação aos grandes excedentes, como tem a Alemanha.
Vítor Gaspar citou uma das primeiras obras de John M. Keynes sobre a necessidade de ajustamento da Índia, referindo que "o credor tem sempre alternativa, o devedor não." "Em algum sentido, essa assimetria é um facto incontornável da micro e da macroeconomia", acrescentou. "O credor nunca está limitado em recursos financeiros e o devedor está sempre limitado."
Na Europa, essa questão é explicitamente abordada no quadro de desequilíbrios macroeconómicos. "Podem ser considerados países com desequilíbrios, países com excedentes ou com défices."
Vítor Gaspar concluiu a sua intervenção com um último aviso: "É importante para os países europeus mais pequenos que as regras estejam desenhadas para servir os interesses da Europa como um todo."