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"Uma entrevista de loucos" enche salas de cinema nos EUA sem violência

A Sony decidiu não ceder às exigências do grupo de hackers que fez ameaças de ataques à integridade física de quem fosse ver o filme "The Interview". O filme estreou no dia de Natal e a sua exibição tem decorrido sem incidentes.

26 de Dezembro de 2014 às 10:52
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O filme "The Interview", da Sony Pictures Entertainment, estreou a 25 de Dezembro nas salas de cinema norte-americanas e não tem sido registado qualquer incidente. As ameaças de violência contra quem fosse assistir ao filme parecem ter ficado por isso mesmo: ameaças.

 

Recorde-se que após ameaças terroristas de um grupo de hackers autodenominado Guardians of Peace (GOP), várias proprietárias de salas de cinema começaram a cancelar a exibição do filme, o que levou a Sony a cancelar a sua estreia, prevista para o dia de Natal.

 

A 24 de Novembro a Sony tinha sido alvo de um vasto ataque informático, tendo sido divulgada informação confidencial sobre os seus funcionários (como os números da segurança social) e actores. Numa primeira fase não se percebeu logo qual seria a intenção dos piratas informáticos, que começaram por pedir dinheiro para não libertarem a informação sensível. A Sony negou e as fugas de informação começaram.

 

Foram divulgados entretanto muitos emails trocados entre produtores, executivos de topo da Sony e actores, e que geraram grande desconforto, colocando muitas pessoas numa posição constrangedora, já que a grande maioria poderia inserir-se na categoria de escárnio e mal-dizer.

 

A 16 de Dezembro, os hackers mostraram finalmente qual era a sua intenção, ao advertirem que quem fosse ver o filme "The Interview" (traduzido para português como ‘Uma entrevista de loucos’) sofreria na pele. Num género satírico, o filme a história de dois jornalistas recrutados pela agência CIA para assassinarem o líder norte-coreano, Kim Jong-un durante uma entrevista.

 

"Mostraremos, a qualquer instante e em qualquer local onde o filme seja exibido, que o destino pode ser amargo para quem procura diversão através do terror", dizia a mensagem dos GOP, que aconselhavam a que todos se recordassem do 11 de Setembro.

 

Uma vez que as proprietárias das salas de cinema começaram a cancelar as exibições previstas, a Sony decidiu, a 17 de Dezembro, retirar o filme. Barack Obama reagiu a 18 de Dezembro, dizendo lamentar que a Sony tivesse cedido a ameaças terroristas sem ter falado primeiro com o presidente dos EUA. Isto no mesmo dia em que o FBI afirmou ter provas de que o regime norte-coreano estava por detrás destes ataques – acusação essa que foi refutada por Pyongyang, onde o acesso à Internet tem estado muito difícil desde 22 de Dezembro. Obama tinha dito que a Coreia do Norte receberia a "resposta adequada", mas não se sabe se a Internet "em baixo" terá sido uma retaliação "oficial".

 

Na passada terça-feira, 23 de Dezembro, depois de algumas salas de cinema independentes terem dito que exibiriam o filme, a Sony voltou atrás e decidiu mesmo avançar com a estreia para dia 25. Se tudo se mantiver, chegará às salas de cinema portuguesas a 29 de Janeiro.

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