A União Europeia tomou a primeira medida em resposta à decisão da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de nacionalizar 51% da sua petrolífera YPF. A reunião bilateral prevista para esta semana entre Buenos Aires e Bruxelas foi cancelada por iniciativa do Executivo comunitário, avança o “El Economista”.

O referido encontro, agendado para os dias 19 e 20 de Abril, destinava-se a tratar da renovação das ajudas que a Argentina recebe por parte da Comissão Europeia, que terminam em 2013.

“Entendemos que a referida expropriação é ilegal se ocorrer sem compensação adequada, justa e rápida”, informou Pia Ahrenkilde, porta-voz da Comissão Europeia. “Devido ao clima que se gerou com esta situação, a CE decidiu adiar o comité conjunto UE-Argentina, que estava previsto para 19 e 20 de Abril”, indicou a mesma responsável, citada pelo “El Economista”.

A CE não sabe ainda como pode actuar contra esta expropriação da YPF, mas já encontrou uma primeira forma de reacção, sublinha o “El País”, acrescentando que o comissário europeu do Comércio e do Investimento, Karel de Gucht, enviará uma carta ao governo argentino para manifestar a sua “séria preocupação” sobre a forma como se desenrolou este conflito.

Enquanto isso, e a pedido do presidente da CE, Durão Barroso, Bruxelas está a analisar – em estreito contacto com as autoridades espanholas – os próximos passos a dar e a estudar todas as opções disponíveis, explicou Pia Ahrenkilde, citada pelo “El Economista”.

A porta-voz escusou-se a comentar quais são as ditas possibilidades, mas recordou que o Tratado de Lisboa converte em “competência exclusiva” da UE a protecção dos investimentos comunitários no estrangeiro.

Neste sentido, Barroso disse esperar que as autoridades argentinas respeitem os seus compromissos e as suas obrigações internacionais, “em particular os que resultam do acordo bilateral com Espanha de protecção de investimentos”, avança o jornal espanhol.

“Pedi aos serviços da Comissão que acompanhem este assunto muito de perto e de forma prioritária”, anunciou Durão Barroso, citado pelo “Cinco Dias”. O mesmo jornal refere que o presidente da CE revelou ter já estado em contacto com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a propósito do caso Repsol-YPF.