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UE reduziu ligeiramente as importações de gás natural da Rússia entre 2020 e 2021

Os dados de 2021 revelam que a Rússia manteve a posição de maior fornecedor de energia à União Europeia, com muito maior expressão no gás natural do que no petróleo. Ainda assim, foi sentida uma redução no peso das importações de gás russo entre os dois anos.

O bloqueio ao gás e ao petróleo russos está a conduzir a uma escalada dos preços da energia.
Denis Sinyakov/Reuters
29 de Abril de 2022 às 11:15
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A Rússia manteve em 2021 a posição de principal fornecedor de energia à União Europeia (UE), revela a atualização de dados partilhada esta sexta-feira pelo Eurostat, o gabinete de estatística da UE. 


No geral, a média de importações de produtos energéticos feita pela União Europeia rondou os 25,8 mil milhões de euros no ano passado, valor que compara com a média de 22,3 mil milhões registada em 2017. 


Explorando a lista de principais importações de energia, o petróleo tem o maior peso, representando 70,9% do total de 2021, à frente dos 16,6% de gás natural em estado gasoso. Entre 2020 e 2021, foi ainda registado também um decréscimo das importações de carvão, com uma redução de 0,7 pontos percentuais entre os dois anos. 


A Rússia manteve a liderança enquanto principal fornecedor de produtos energéticos ao bloco dos 27, tal como já acontecia em 2020. É visível uma maior relevância da Rússia enquanto fornecedor de gás natural à UE do que no petróleo. 



Especificamente no gás natural, as importações de gás russo pesaram 39,2%, uma redução face aos 42% de 2020. A Rússia tem um considerável peso face aos restantes principais fornecedor de gás natural, a Noruega e a Algéria. Em 2021, as importações da Noruega representaram 25,1% do total de importações de energia extra-UE, seguidos pelos 8,2% da Algéria. Com menor expressividade na lista contam-se ainda países como os EUA (7,3%) ou o Reino Unido (6,5%). 


O domínio russo no petróleo era mais modesto, indica o Eurostat, notando também o ligeiro recuo das importações entre 2020 e 2021. No ano passado, a Rússia pesou 24,8% no total de importações de petróleo vindo de países fora do bloco dos 27, contra os 25,7% de 2020. Ainda assim, a Rússia tinha larga vantagem face ao segundo maior fornecedor, a Noruega, que representou 9,4% destas importações. Países como os EUA, a Líbia, Cazaquistão ou a Nigéria compunham os restantes principais fornecedores de "ouro negro". 


Note-se que a UE reduziu o peso do petróleo russo nas importações entre 2017 e 2021, passando de 30% para 26%. 


Quatro países da UE importavam mais de 75% do petróleo da Rússia

O Eurostat analisa também o peso das importações de energia russa nos diferentes Estados-membros, ainda que estes dados não dêem percentagens concretas sobre o peso da Rússia enquanto fornecedor energético, mas sim intervalos. Olhando especificamente para o petróleo, no ano passado na Bulgária, Eslováquia, Hungria e a Finlândia mais de 75% do petróleo importado tinha origem na Rússia. 


Já no gás natural, a Bulgária, República Checa, Estónia, Letónia, Hungria, Áustria, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Finlândia tiveram mais de 75% do gás natural importado da Rússia. O Eurostat nota que, tanto nas importações de petróleo como de gás natural, a proximidade da Rússia terá sido um fator decisivo. 


Portugal tinha o mesmo intervalo no petróleo e no gás natural - entre 0 e 25%. "A maioria dos países com percentagens abaixo de 25% de importações da Rússia em qualquer um dos produtos estão mais longe da Rússia", nota esta informação. Espanha e Itália, por exemplo, também registam percentagens entre 0 e 25% em ambos os casos.

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