Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Tudo por um sorriso de Obama

O Big Ben dá as oito. Jane Hudson debruça-se sobre a barreira de segurança para espreitar. Ao fundo já se vê o início da comitiva. Jane Hudson é uma mulher pequena e só assim consegue ver alguma coisa. Na Pennsylvania Avenue não a deixaram chegar tão perto para ver passar a parada presidencial no dia da inauguração de Barack Obama.

Tudo por um sorriso de Obama
02 de Abril de 2009 às 00:03
  • ...

O Big Ben dá as oito. Jane Hudson debruça-se sobre a barreira de segurança para espreitar. Ao fundo já se vê o início da comitiva. Jane Hudson é uma mulher pequena e só assim consegue ver alguma coisa. Na Pennsylvania Avenue não a deixaram chegar tão perto para ver passar a parada presidencial no dia da inauguração de Barack Obama.

Jane Hudson não é de se "envolver" em política, mas dessa vez simplesmente meteu-se num avião para Washington. Antes disso, já tinha apanhado outro para Nova Iorque. A 4 de Novembro festejou a eleição de Barack Obama com outros voluntários que trabalharam na campanha. E agora que a comitiva de Obama faz a curva para o portão de Downing Street, Jane Hudson sente que ela o ajudou a estar aqui: "Eu sou uma parte disto."

Por isso acordou mais cedo do que o costume e veio aqui antes de ir trabalhar para o infantário e centro social para crianças. Também valeu a pena porque Michelle Obama sorriu. Precisamente no momento em que o carro passava em frente de Jane Hudson. E enquanto Barack Obama e Gordon Brown conversavam e davam a sua conferência de imprensa, continuavam a chegar pessoas à porta de Downing Street. Não era uma multidão, mas era uma paisagem completamente diferente da que enquadrava Downing Street para as visitas do antigo presidente americano, George W. Bush.

"Havia muita gente zangada aqui fora", lembra Carly White. Uma americana a viver em Londres há dois anos, que até nunca tinha tido vontade de ver o seu presidente. Para dizer que tem orgulho de Obama, talvez seja cedo, mas pelo menos sente-se menos ofendida.

Para dizer a verdade, Carly White, está aqui pela mesma razão que toda a gente: para ver a "pessoa", para ver se, além da "máscara política", há mais qualquer coisa. Essa qualquer coisa que leva dois jovens universitários a saírem do sul de Londres às 6 da manhã para chegarem aqui antes de qualquer outro fã. Thomas Pickering diz que Obama mudou completamente a atitude dele em relação à política. Chelsey Hames fez os cráchas que trazem ao peito. Bastou um pouco de papel e alfinetes de ama. Têm impresso toscamente em azul: "Yes We Can".

Um sorriso irresistível


São 10.40. Obama devia ter saído há 10 minutos mas não saiu. As pessoas esperam pacientes. Em Downing Street, ontem, não havia ninguém zangado. Nenhum protesto. Nem sequer Jean Christian Vacher está zangado. Há dois anos perdeu o emprego e visto que já não é jovem, não tem perspectivas. Mas o sol brilha, aponta, a Primavera finalmente, e ele veio de Paris e agora goza o momento. Sem zangas. Nem sequer quando a bateria da câmara subitamente o deixa ficar mal: "merde".

10.50. 10.55. A excitação cresce. 11.00. Eis que os portões de Downing Street se abrem. Sem máquina fotográfica, Vacher põe a postos o telemóvel. Era esta a fotografia que queria: o rosto de Obama a sorrir. Obama passa. Obama acena da janela do carro e é impossível não acenar de volta.



Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio