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Sócrates: "Se o Estado não arquiva nem acusa, acuso eu"

Em conferência de imprensa, onde se recusou a responder a perguntas do Correio da Manhã, o ex-primeiro-ministro explicou o processo ao Estado e defendeu-se do que diz ser o terceiro andamento de uma investigação contra si: o caso PT.

Sócrates e Salgado ainda sem acusação: A Operação Marquês, que envolve José Sócrates, chegou a ter o fim da investigação marcado para Setembro, mas o prazo foi estendido até Março de 2017 e o principal arguido viu as medidas de coacção aliviadas. O caso já deu origem a uma investigação à PT/Oi e à operação 'O negativo', que levou à detenção do ex-presidente do INEM Luís Cunha Ribeiro. Também o ex-banqueiro Ricardo Salgado viu as medidas de coacção alteradas.
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Negócios 03 de Fevereiro de 2017 às 20:37
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Foi uma conferência de imprensa para se defender das últimas notícias que têm vindo a público, que dão conta das investigações do Ministério Público ao envolvimento de José Sócrates nos casos que envolveram a Portugal Telecom, no âmbito dos quais Ricardo Salgado já foi constituído arguido.

Momentos antes da conferência de imprensa, a SIC Notícias já avançava que José Sócrates iria processar o Estado pela demora na investigação. Mas nas declarações transmitidas pelas televisões Sócrates ainda não tinha explicado este processo. 

"Se o Estado não arquiva nem acusa, acuso eu", foi uma das declarações iniciais do ex-primeiro-ministro. "Manter o inquérito aberto ao fim 42 meses é uma violação escandalosa da lei e um abuso inaceitável por parte dos poderes do Estado", afirmou, dizendo que há o "direito de não ser considerado suspeito toda a vida".

Abuso, arbítrio e prepotência. Detenção abusiva. Maldosas imputações sem fundamento. Campanha de difamação e por fim motivação políticas. Tudo palavras de Sócrates na conferência de imprensa desta sexta-feira, 3 de Fevereiro, que já tinha por outras ocasiões referido serem o motivo, em seu entender, das investigações.


Questionado sobre o momento da conferência - no dia em que foi conhecido que Hélder Bataglia, que foi sócio do BES na Escom, foi constituído arguido na Operação Monte Branco - José Sócrates declarou que não havia relação com esse facto, mas cujo momento teve a ver com o que diz ser o terceiro andamento das investigações, depois de, segundo declarou, não ter sido provado qualquer crime nos dois primeiros: o que envolveu o grupo Lena e o do caso Vale do Lobo.

"Todo o processo de baseia num original embuste, numa das mais maldosas e dolorosas inverdades". Voltou a afirmar não ter contas escondidas e que o dinheiro é de Carlos Santos Silva de quem contraiu empréstimos (250 mil euros), mas que estão quase todos saldados. "Falta uma pequena parte", que conta pagar em breve e para isso deverá marcar uma reunião com ele. Os dois arguidos no caso Operação Marquês já não estão impedidos de falarem. Tem para com Santos Silva uma relação "fraternal".

Voltou a atribuir a investigação a uma perseguição pessoal com motivação política.

Em relação à PT, Sócrates garante que as suspeitas são "totalmente falsas e absurdas". Sócrates garante que não se envolveu na OPA sobre a PT, e que o único caso em que se envolveu com relação à PT foi no chumbo da venda da Vivo à Telefónica, contrária, na altura, aos interesses dos privados, como o BES.

Na conferência de imprensa Sócrates recusou-se a responder a perguntas do Correio da Manhã por não confiar "na vossa independência".

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