O primeiro-ministro, José Sócrates, justifica não ter informado Henrique Granadeiro, a 25 de Junho, sobre a oposição do Governo à entrada da PT na TVI por considerar não ser aquele o momento "próprio" e por entender que era Mário Lino quem tinha de o fazer. “Não comuniquei ao presidente do Conselho de administração da PT acerca do negócio em causa, nem o informei sobre diligências que iríamos tomar, porque aquele não era o momento, nem o local próprio” refere o primeiro-ministro em resposta à comissão de inquérito. E acrescenta: “competia ao ministro competente em razão da matéria transmitir a posição do Governo ao presidente do conselho de administração”.
Segundo o primeiro-ministro, Henrique Granadeiro informou-o da operação num jantar que ocorreu no dia 25 à noite, tendo já à tarde decidido com o então ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, que o Governo ia manifestar a sua oposição à entrada da PT na Media Capital.

“No dia 25 de Junho de 2009, pela parte da tarde, falei com o senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e decidimos que este transmitiria ao presidente do conselho de administração da PT que o Governo não concordava com a realização do negócio”, refere Sócrates nas respostas hoje enviadas à comissão de inquérito.

O executivo tomou esta decisão para “não houvesse a mínima suspeita de que, por influência do Governo, a compra da parte da TVI se destinava a alterar” a sua linha editorial”, justifica José Sócrates.