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Sócrates e Coelho discutem quem fez mais "maldades" ao Estado Social

Passos Coelho diz que Sócrates "fez maldades" ao Estado Social. Sócrates diz que Coelho é que o põe em causa. A troca de argumentos no debate baseou-se em antigas declarações dos opositores e até num Relatório e Contas. O objectivo de cada um era mostrar que o opositor se contradizia. Mas ambos acabaram por admitir que mudaram de opiniões.

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A diferença entre o PS e o PSD é entre preservar ou ameaçar o modelo social da Europa, na opinião de José Sócrates. Para Passos Coelho, a distinção não é assim porque José Sócrates “é o primeiro-ministro da área socialista que mais maldades fez ao Estado Social”.

O Estado Social foi, precisamente, o tema que iniciou o debate entre os dois principais candidatos a ocupar o cargo de líder do Governo português na RTP1.

O primeiro-ministro em gestão utilizou a revisão constitucional proposta pelo PSD para referir que o modelo social era posto em causa, com o fim da proibição dos despedimentos sem justa causa e com o fim do Serviço Nacional de Saúde “tendencialmente gratuito”.

A resposta de Passos Coelho foi que aquele não era o programa para Governo dos sociais-democratas e que Sócrates foi o “primeiro-ministro em Portugal que mais reduziu as prestações sociais”.

Mas o debate ficou também marcado pela utilização de outros documentos pelos dois candidatos à liderança do Executivo para apontar contradições no opositor.

Sócrates usou um Relatório e Contas de 2010 da empresa Fomentinvest, que Passos Coelho assinou enquanto administrador, e que referia que 2009 se tinha caracterizado “por uma profunda recessão mundial”. A finalidade era defender que Passos Coelho, enquanto administrador, assumia a crise internacional mas que, enquanto candidato ao Governo, dizia não ter existido quando recusava o argumento da crise por parte do Governo.

“Mudo de opinião porque a realidade muda e nos devemos seguir à realidade. Assumo as minhas diferenças de opinião”, comentou o líder “laranja”.

Usando a mesma táctica, Coelho usou declarações do socialista, em que este salientava que não seria “preciso reduzir salários para reduzir o défice orçamental”. “Estas mudanças afectaram mais os portugueses do que o Relatório que assinei como administrador”, assegurou.

Desta vez, foi Sócrates a admitir que tinha modificado a sua opinião, já que as afirmações tinham sido feitas “antes da crise da dívida soberana”. “O Governo fez o seu dever de mudar de orientação para responder à crise da divida”, declarou.

As acusações também se referiram ao resgate financeiro a Portugal. Passos Coelho disse que Sócrates se recusou a pedir essa ajuda “não porque estivesse preocupado com o país, mas porque estava preocupado com a sua imagem política”. Já o socialista disse que o líder social-democrata a defendia para “depois apresentar uma moção de censura ao Governo”.

"Saúde não fica em perigo com a eleição de Pedro Passos Coelho para primeiro-ministro”
Depois de referida aquando das acusações em torno do Estado Social, a Saúde voltou a ocupar o debate durante vários minutos, com destaque para o “co-pagamento”. O primeiro-ministro acusou Coelho de propor “co-pagamentos”, que obrigam a custos para além da carga fiscal. O líder da oposição defendeu que eles já existem em Portugal. Nesta altura, Sócrates voltou a utilizar um documento, desta vez um CD, para mostrar que Passos Coelho defendia esse tipo de pagamento em todo o sistema nacional de Saúde, incluindo o serviço nacional, “tendencialmente gratuito”.

O social-democrata disse que os privados e os serviços convencionados já têm este tipo de pagamento, razão que o levou a dizer que a “Saúde não fica em perigo com a eleição de Pedro Passos Coelho para primeiro-ministro”.

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