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Sete empresas na corrida ao negócio de 11 milhões para limpar São Pedro da Cova

O concurso público para a segunda fase de remoção dos resíduos depositados nas antigas minas de carvão de São Pedro da Cova, em Gondomar, recebeu sete propostas, numa operação avaliada em 11,1 milhões de euros e que é financiada em 12 milhões pelo Fundo Ambiental.

Os resíduos perigosos depositados nas antigas minas de carvão de São Pedro da Cova vão finalmente ser removidos.
08 de Novembro de 2017 às 12:06
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A operação de remoção dos resíduos depositados nas antigas minas de carvão de São Pedro da Cova, em Gondomar, deverá demorar um ano a ser executada, um prazo cujo cumprimento está dependente do processo administrativo, que se iniciou, há cerca de três meses, com o lançamento do concurso público internacional para a selecção da empresa que ficará responsável por este serviço.

 

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) acolheu sete propostas para a execução desta empreitada, as quais vão ser agora analisadas e avaliadas com vista à audiência prévia dos interessados. A operação, que está orçamentada em 11,1 milhões de euros, conta com um financiamento de 12 milhões do Fundo Ambiental.

 

Sem adiantar a identificação das empresas proponentes, fonte oficial da CCDRN adiantou que "a escolhida não será a mais barata mas a que tiver melhor relação preço/’pegada de carbono’".

 

De facto, frisa a CCDRN, o critério de adjudicação avaliado pelo júri "destaca-se o subfactor ‘pegada de carbono’, que tem por base a determinação e avaliação dos valores relativos às emissões directas e indirectas de gases com efeito de estufa provocadas pela remoção, transporte e tratamento dos resíduos".

 

Para a CCDRN, "trata-se de um elemento diferenciador e inovador em sede de concursos públicos internacionais e relevante para a selecção do adjudicatário que realizará a prestação de serviços num período 12 meses".

 

Em causa está a remoção de uma massa de resíduos perigosos de cerca de 125,5 mil toneladas.

 

O caso remonta a 2001 quando toneladas de resíduos industriais perigosos provenientes da Siderurgia Nacional, que laborou entre 1976 e 1996, foram depositadas nas antigas minas de São Pedro da Cova, tendo sido feita uma primeira remoção entre Outubro de 2014 e Maio de 2015.

 

Mas muitas toneladas ficaram ainda por remover, como a CCDRN viria mais tarde a confirmar, pelo que se teria de avançar com uma segunda fase de remoção.

 

Entretanto, o caso dos resíduos perigosos em São Pedro da Cova vai a julgamento. Em Fevereiro passado, o Ministério Público acusou seis arguidos da prática de um crime doloso de poluição com perigo comum.

 

A Procuradoria revelou que três dos suspeitos são membros do conselho de administração de uma sociedade à qual cabia dar destino aos resíduos, já os outros três são responsáveis de sociedades que tinham a disponibilidade das escombreiras.

 

De acordo com a acusação, os arguidos conheciam a perigosidade dos resíduos, mas afirmaram ser "inertes", nomeadamente perante a administração pública, para possibilitar a operação de remoção e deposição, usando para tal um estudo que sabiam não ter virtualidade para essa caracterização. 

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