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Secretário de Estado não tem "forma de provar" mas diz que incêndios têm "origem criminosa"
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, não tem "forma de provar", mas considera que vários dos incêndios florestais que têm deflagrado nas últimas horas têm "origem criminosa".
Não tem "forma de provar", mas diz saber que os incêndios florestais que deflagraram nas últimas horas em Portugal têm "origem criminosa". A garantia é dada por Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna.
Trata-se de incêndios que "alguém quer realmente provocar", sustentou, em declarações à agência Lusa, o governante, que nesta tarde de sábado, 7 de Outubro, se deslocou a Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra), onde desde as 23h20 de sexta-feira lavra um fogo que, naquela altura, progredia em cinco frentes.
"É a vontade de fazer arder que continua a imperar e a criar esta instabilidade no País e nas pessoas", afirmou Jorge Gomes, salientando que, "de forma nenhuma, isto é perdoável".
"Isto é algo de anormal, não só pelo tempo", caracterizado por um longo período de seca e com elevadas temperaturas, mas também porque muitos destes incêndios "começaram à noite", sublinhou.
"O incêndio em Pampilhosa da Serra começou às 11 [horas] da noite [de sexta-feira] e houve três tentativas para o criar", afirmou o governante, referindo que "os bombeiros conseguiram apagar a primeira tentativa" e, quando "andavam a apagar a segunda [tentativa]", surgiu um terceiro foco, acabando as chamas por se desenvolverem com a dimensão que se regista agora.
Também em Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, o fogo "começou cerca da uma e meia/duas horas da manhã" de hoje, atingindo agora "algumas proporções", exemplificou ainda o secretário de Estado, destacando que também em Amarante (Porto) as chamas tiveram início durante a noite.
"Só para dar mais um exemplo", Jorge Gomes recordou que em Marco de Canaveses o fogo que está a arder, com intensidade, neste concelho do distrito do Porto, "nasceu em quatro pontos diferentes", enquanto os incêndios em Ansião e Pombal, no distrito de Leiria, entretanto já dominados, tiveram origem, na sexta-feira, precisamente à mesma hora (14:14).
"Alguém quer realmente provocar incêndios" e assim "é difícil trabalhar, mas cá estamos" para os combater, conclui, salientando que, com as temperaturas relativamente altas que se têm registado, os ventos e outras condições adversas, as chamas se desenvolvem com "grande velocidade", atingindo "grandes proporções rapidamente" e dificultando o trabalho dos bombeiros.
Sobre o incêndio em Pampilhosa da Serra, que entretanto avançou para o concelho de Arganil, onde lavram com mais intensidade duas das suas frentes, o secretário de Estado disse ter esperança que as chamas possa vir a ser dominadas com o arrefecimento nocturno.
O incêndio naqueles dois concelhos do interior do distrito de Coimbra é um dos 87 fogos florestais que continuam a lavrar no território do continente, mobilizando pelas 19:15, cerca de 2.900 operacionais, mais de 800 viaturas e oito meios aéreos, de acordo com a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) na internet.