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Santos Silva: Bazuca também chega aos privados com concursos
O ministro faz um balanço positivo da presidência do Conselho Europeu que Portugal termina agora, no fim de junho.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu numa entrevista ao Diário de Notícias que a bazuca europeia não vai passar ao lado dos privados.
"Como nós não vivemos numa economia soviética e o Estado não é dono das empresas", explica Santos Silva, no caso por exemplo da digitalização do ensino português no estrangeiro, "o que vai acontecer é que o Ministério dos Negócios Estrangeiros vai abrir concurso a que se candidatarão empresas privadas que se encarregarão de, com os seus bens e os seus serviços, satisfazerem essa necessidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros".
No entender do ministro, os equipamentos da rede de cuidados primários, a habitação, as linhas de metro, são tudo investimentos que o Estado lança que "criarão riqueza e criarão oportunidades para as empresas".
Fora deste âmbito, existem ainda no Plano de Recuperação e Resiliência linhas de ação que são diretamente destinadas às empresas.
Questionado sobre a Hungria, que tem estado debaixo de fogo por querer avançar com legislação anti-LGBT, Santos Silva sublinha que a democracia liberal, pluralista, o Estado de Direito no sentido próprio e os direitos humanos "são requisitos da entrada na UE. Mas esses requisitos não terminam quando se entrou. São requisitos permanentes" e "critérios de permanência".
Acerca das conquistas da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que termina agora, no final de julho, Santos Silva faz "um balanço muito positivo", e destaca os avanços nas relações com a Índia, Estados Unidos e China, embora deixe uma mensagem: "nós, que abrimos a nossa economia ao exterior, também gostamos de que as economias de países terceiros estejam abertas à iniciativa europeia."