Portugal conseguiu ultrapassar a mais recente recessão económica sem que se registasse uma diminuição do poder de compra médio dos trabalhadores portugueses, mostram os dados divulgados recentemente pela Comissão Europeia.

Nas Previsões de Outono, estima-se que os salários reais em Portugal continuaram a crescer tanto no ano de recessão mais profunda como nos anos seguintes. Em 2003, este indicador, que é medido pela diferença entre a variação dos salários nominais e a inflação, cresceu 0,8%. Este ano e no próximo, a variação será de 1,3% e 1,8%.

Curiosamente, há um ano, também nas suas previsões de Outono, a Comissão Europeia antecipava que se verificasse em Portugal uma redução dos salários reais em Portugal, tanto em 2003 como em 2004. A diminuição esperada era de 0,7% e 0,2%, respectivamente. Para 2005, apontava-se ainda para um ano de estagnação do poder de compra. A evolução deste indicador acabou contudo por ser mais favorável do que o esperado.

Em comparação com as crises anteriores da economia portuguesa, esta situação é inédita.

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