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Ricos dos EUA aumentam fortunas a um ritmo recorde na pandemia

Segundo alguns indicadores, os americanos ficaram mais ricos durante a pandemia do que em qualquer outra época.

23 de Janeiro de 2021 às 17:00
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É algo difícil de entender, com o colapso económico e o aumento do número de desempregados e sem-abrigo. Mas há uma classe de pessoas - pelo menos os 20% mais ricos ou mais - que tiveram de se preocupar pouco com esses assuntos.

Para essas pessoas, não foi apenas relativamente fácil executar as suas funções a partir de casa. Além disso, as medidas de emergência sem precedentes da Reserva Federal - como a redução dos juros para zero - também engordaram as suas carteiras. Os mais ricos refinanciaram hipotecas com juros em mínimos históricos, compraram uma segunda casa para fugir das cidades e viram o valor das ações e obrigações nas suas contas de investimento disparar.

A enorme acumulação de riqueza, em grande parte, obscurece o impacto sentido por todos aqueles que não têm o mesmo acesso fácil ao crédito ou aos mercados financeiros. Enquanto o património líquido das famílias subiu para um novo recorde, estimativas indicam que centenas de milhares de empresas fecharam definitivamente, mais de 10 milhões de americanos continuam desempregados e quase três vezes mais passam fome.

"Provavelmente, não houve melhor época para ser rico nos EUA do que a atual", disse Peter Atwater, professor adjunto da William & Mary que popularizou o conceito de recuperação "em K" para descrever a destacada desigualdade na retoma. "Muito do que os decisores de políticas fizeram foi permitir que os mais ricos recuperassem mais rapidamente da pandemia."



Nos últimos 10 meses, as pessoas de rendimento mais alto tiveram resultados muito positivos.

O nível de emprego no quartil superior de trabalhadores - os que ganham mais de 60 mil dólares por ano - já recuperou acima dos níveis de há um ano, de acordo com dados do Opportunity Insights, um instituto de pesquisa apartidário da Universidade Harvard.

E à medida que os confinamentos dominavam o país, milhões de pessoas, especialmente as que estão no extremo superior da escala socioeconómica dos EUA, foram capazes de redirecionar o dinheiro que de outra forma teria sido gasto em coisas como entretenimento, jantares e viagens para poupanças ou, melhor ainda, investimentos.

Para muitos, valeu a pena. Graças aos esforços da Fed para sustentar a economia, os índices acionistas dos EUA subiram para níveis recorde após o surto, enquanto as obrigações registaram o maior ganho em mais de uma década.

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