Miguel Relvas, que se afastou da primeira linha da política depois do caso da polémica sobre a sua licenciatura, defende que é chegado o momento de o PSD decidir a escolha do próximo líder do partido, e candidato ao cargo de primeiro-ministro, através de uma eleição aberta a simpatizantes, contrariando assim a opinião de Passos Coelho sobre a matéria.

"Está na hora do meu partido, que nunca foi um partido instalado, nem com dirigentes dependentes da vida política para viver, encarar este debate sobre as primárias", afirmou Miguel Relvas, em declarações ao "Expresso", apontando o momento da discussão desta matéria para depois das autárquicas e antes do congresso do PSD, que está previsto para Março do próximo ano.

"Entre Outubro e Março temos seis meses para fazer um debate em todo o país com a participação dos militantes, com a vantagem até de compensar eventuais situações menos agradáveis nas autárquicas", acrescenta o ex-número dois de Passos Coelho, que tem estado longe da vida política desde que se demitiu do Governo, em 2013, na sequência do escândalo da sua licenciatura na Universidade Lusófona.

Entretanto, Miguel Relvas deu sinais de apoio a uma eventual candidatura de Luís Montenegro, actual líder parlamentar do PSD, à sucessão de passos Coelho na liderança do partido, caso o ex-primeiro-ministro não se recandidate.

"O doutor Luís Montenegro é incontestavelmente um dos rostos do futuro do PSD", disse Relvas durante um almoço do International Club of Portugal em que Montenegro foi orador convidado, no passado dia 20 de Abril.