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"Troika" quer que empréstimo a Portugal chegue em Junho

Pacote de contrapartidas exigido pela "troika" a troco do empréstimo externo a Portugal será apresentado na próxima semana ao Governo. Intenção é que a primeira tranche chegue em Junho, quando chega à maturidade oito mil milhões de dívida.

28 de Abril de 2011 às 09:32
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A informação é avançada pela Dow Jones, que cita uma fonte próxima das negociações que estão, desde há duas semanas, a ser conduzidas em Lisboa por representantes do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE).

De acordo com essa fonte, a proposta de memorando de entendimento será apresentada pela “troika” no início da próxima semana – ao Governo, mas também aos principais partidos da oposição, em particular ao PSD, que possivelmente ficará directamente envolvido na implementação das condições que serão atreladas ao empréstimo, na sequência das eleições de 5 de Junho.

Este calendário permitirá que o empréstimo – provavelmente em torno de 80 mil milhões de euros – seja avaliado e aprovado pelos ministros das Finanças europeus na reunião de 17 de Maio.

Sobre os detalhes do pacote de contrapartidas que será exigido a troco da ajuda externa, muita tinta continua a correr nos jornais. Mesmo depois de José Sócrates ter garantido nesta terça-feira que tudo não passa de “especulação”, porque as negociações ainda não estão encerradas, o “Correio da Manhã” dá como certo o corte no 14º mês dos pensionistas (medida que, escrevia ontem, permitirá poupar 1,6 mil milhões de euros) e noticia hoje que a “troika” já referiu, em várias reuniões, mais cortes nos salários da Função Pública por um período de cinco anos, ou seja, até 2016.

Já o “Diário de Notícias” dá como certo o aumento do IVA, o corte nas pensões e a flexibilização dos despedimentos.

Altamente provável é ainda que, em face do défice de 9,1% apurado em 2010 (em vez dos 7,3% almejados pelo Governo) e do que foi igualmente decidido nos casos irlandês e grego, a “troika” venha a dilatar, em um ou dois anos, o prazo para que Portugal reponha o indicador abaixo dos 3% do PIB, atirando-o para 2013 ou 2014.

A duração exacta do plano de ajustamento é um dos pontos de discórdia no seio da própria “troika”, noticia hoje o Negócios. Aquando da negociação dos empréstimos à Grécia e à Irlanda, foi sempre o FMI – cuja equipa em Lisboa é chefiada pelo dinamarquês Paul Thomsen (na foto) – que se bateu por prazos mais alargados para fornecer maior credibilidade aos programas de ajustamento. Já a Comissão Europeia e o BCE haveriam preferido manter os prazos de ajustamento ancorados no horizonte de 2013.


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