Notícia
Professores de todo o país garantem que "luta vai continuar". 150 mil desceram a avenida, diz Fenprof
Professores de todo o país manifestaram-se hoje em Lisboa com uma lista de reivindicações que inclui a contagem do tempo de serviço que esteve congelado mais de seis anos, e garantem que "a luta vai continuar". A Fenprof estima que terão sido mais de 150 mil.
11 de Fevereiro de 2023 às 18:17
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, estimou hoje em mais de 150.000 os participantes na manifestação de professores, em Lisboa, a "maior de sempre" no país.
"Hoje estamos a apontar, sem medo de errar, para dizer que nas ruas, [entre] professores, as famílias e gente solidária, esta manifestação teve mais de 150.000 a descer a Avenida [da Liberdade]", disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), no discurso de encerramento do protesto, no Terreiro do Paço.
O dirigente sindical disse que esta foi "provavelmente" a "maior manifestação de sempre de professores e educadores em Portugal".
Segundo a organização, quando os primeiros manifestantes começaram a chegar ao Terreiro do Paço, os últimos ainda não tinham saído do Marquês de Pombal.
A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, também marcou presença no protesto e, em declarações aos jornalistas, a caminho do Terreiro do Paço, sublinhou que, "a cada reunião com o Ministério [da Educação] os professores estão a vir ainda em maior numero à luta, às manifestações, à greve".
"Que se mudem as opções, o Governo tem de perceber que não pode andar atrás de contas certas, deixando que a escola pública, a saúde e um conjunto de serviços que é o Estado que tem de garantir estejam a perder qualidade, que haja um desinvestimento e subfinanciamento à conta de umas contas certas que só são contas certas para as grandes potências da União Europeia, não são contas certas para os portugueses, para o desenvolvimento do nosso país", considerou a dirigente sindical.
"Os professores estão em luta nas escolas e na rua", "não paramos" e a "luta vai continuar" foram as palavras mais ouvidas esta tarde na Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde milhares de professores de todo o país marcharam em protesto.
Entre a lista de reivindicações estão a contagem do tempo de serviço correspondente a mais de seis anos, em que as progressões na carreira estiveram congeladas.
Para Conceição Viana, professora de Filosofia, em Oeiras, os motivos para participar na manifestação nacional convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) são vários, "mas os que têm prioridade têm a ver com a contagem do tempo de serviço", as condições laborais e os critérios de recrutamento.
"Fundamentalmente, em termos pessoais, a questão da contagem do tempo de serviço, mas estou solidária com as questões que dizem respeito a professores com outra idade e noutra fase do percurso", disse à Lusa.
Já para Álvaro Oliveira, professor de Português e Francês, no Monte da Caparica, em Almada, "a paragem obrigatória do 5.º e 7.º escalão não faz sentido nenhum".
"Os professores têm tempo de serviço, fazem tudo, progridem e depois ficam pendurados nestes escalões. Além disso, o tempo de serviço que esteve sem contar, continua sem contar e a questão dos salários é uma coisa ridícula, porque o senhor ministro [da Educação] diz que há progressão salarial, mas eu desde de 2008 que ganho exatamente o mesmo, estamos em 2023, portanto é uma mentira pegada", apontou.
Também Dina de Jesus, professora de Português em Vale de Cambra, disse que vem "a todas as manifestações, porque a situação não se altera".
"Nós temos de manter a nossa posição, porque é importante para nós, para os nossos alunos, para os pais, para o país inteiro", disse à Lusa, mostrando um cartaz com as palavras "democracia", que considera estar em causa, e "respeito", porque é o que não sente que falta por parte dos dirigentes políticos.
"Estou no sexto escalão, mas devia estar no sétimo quase no oitavo. Andamos aqui a marcar passo e descontámos os anos que estivemos congelados, o Estado arrecadou os nossos impostos e roubou-nos o tempo de serviço", acusou Dina de Jesus, exigindo "uma vida digna" para os professores do país.
A manifestação nacional em Lisboa foi convocada pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), mas contou também com a participação da Federação Nacional de Educação (FNE) e outras sete organizações sindicais, bem como da Associação de Oficiais das Forças Armadas e de representantes da PSP.
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que ainda tem uma greve a decorrer nas escolas, não faz parte dos organizadores, mas anunciou que também pretendia estar presente.
As duas últimas grandes manifestações em Lisboa aconteceram em janeiro e foram organizadas pelo STOP, levando milhares de docentes para as ruas gritar por "Respeito" e "Melhores Condições de Trabalho".
No início do ano letivo, a tutela decidiu iniciar um processo negocial para rever o modelo de contratação e colocação de professores, mas algumas propostas deixaram os professores revoltados, como foi o caso da possibilidade de os diretores poderem escolher parte da sua equipa.
Desde então, as negociações entre sindicatos e ministério têm decorrido em ambiente de forte contestação, com os professores a realizarem greves e manifestações.
Fora da agenda negocial, estão reivindicações que os professores dizem que não vão abandonar, tais como a recuperação do tempo de serviço ou as progressões na carreira que os docentes.
A plataforma sindical que organizou o protesto de hoje prometeu que no final da manifestação serão apresentadas futuras ações de protesto.
(notícia atualizada às 19:50 com mais informação)
"Hoje estamos a apontar, sem medo de errar, para dizer que nas ruas, [entre] professores, as famílias e gente solidária, esta manifestação teve mais de 150.000 a descer a Avenida [da Liberdade]", disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), no discurso de encerramento do protesto, no Terreiro do Paço.
Segundo a organização, quando os primeiros manifestantes começaram a chegar ao Terreiro do Paço, os últimos ainda não tinham saído do Marquês de Pombal.
A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, também marcou presença no protesto e, em declarações aos jornalistas, a caminho do Terreiro do Paço, sublinhou que, "a cada reunião com o Ministério [da Educação] os professores estão a vir ainda em maior numero à luta, às manifestações, à greve".
"Que se mudem as opções, o Governo tem de perceber que não pode andar atrás de contas certas, deixando que a escola pública, a saúde e um conjunto de serviços que é o Estado que tem de garantir estejam a perder qualidade, que haja um desinvestimento e subfinanciamento à conta de umas contas certas que só são contas certas para as grandes potências da União Europeia, não são contas certas para os portugueses, para o desenvolvimento do nosso país", considerou a dirigente sindical.
"Os professores estão em luta nas escolas e na rua", "não paramos" e a "luta vai continuar" foram as palavras mais ouvidas esta tarde na Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde milhares de professores de todo o país marcharam em protesto.
Entre a lista de reivindicações estão a contagem do tempo de serviço correspondente a mais de seis anos, em que as progressões na carreira estiveram congeladas.
Para Conceição Viana, professora de Filosofia, em Oeiras, os motivos para participar na manifestação nacional convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) são vários, "mas os que têm prioridade têm a ver com a contagem do tempo de serviço", as condições laborais e os critérios de recrutamento.
"Fundamentalmente, em termos pessoais, a questão da contagem do tempo de serviço, mas estou solidária com as questões que dizem respeito a professores com outra idade e noutra fase do percurso", disse à Lusa.
Já para Álvaro Oliveira, professor de Português e Francês, no Monte da Caparica, em Almada, "a paragem obrigatória do 5.º e 7.º escalão não faz sentido nenhum".
"Os professores têm tempo de serviço, fazem tudo, progridem e depois ficam pendurados nestes escalões. Além disso, o tempo de serviço que esteve sem contar, continua sem contar e a questão dos salários é uma coisa ridícula, porque o senhor ministro [da Educação] diz que há progressão salarial, mas eu desde de 2008 que ganho exatamente o mesmo, estamos em 2023, portanto é uma mentira pegada", apontou.
Também Dina de Jesus, professora de Português em Vale de Cambra, disse que vem "a todas as manifestações, porque a situação não se altera".
"Nós temos de manter a nossa posição, porque é importante para nós, para os nossos alunos, para os pais, para o país inteiro", disse à Lusa, mostrando um cartaz com as palavras "democracia", que considera estar em causa, e "respeito", porque é o que não sente que falta por parte dos dirigentes políticos.
"Estou no sexto escalão, mas devia estar no sétimo quase no oitavo. Andamos aqui a marcar passo e descontámos os anos que estivemos congelados, o Estado arrecadou os nossos impostos e roubou-nos o tempo de serviço", acusou Dina de Jesus, exigindo "uma vida digna" para os professores do país.
A manifestação nacional em Lisboa foi convocada pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), mas contou também com a participação da Federação Nacional de Educação (FNE) e outras sete organizações sindicais, bem como da Associação de Oficiais das Forças Armadas e de representantes da PSP.
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que ainda tem uma greve a decorrer nas escolas, não faz parte dos organizadores, mas anunciou que também pretendia estar presente.
As duas últimas grandes manifestações em Lisboa aconteceram em janeiro e foram organizadas pelo STOP, levando milhares de docentes para as ruas gritar por "Respeito" e "Melhores Condições de Trabalho".
No início do ano letivo, a tutela decidiu iniciar um processo negocial para rever o modelo de contratação e colocação de professores, mas algumas propostas deixaram os professores revoltados, como foi o caso da possibilidade de os diretores poderem escolher parte da sua equipa.
Desde então, as negociações entre sindicatos e ministério têm decorrido em ambiente de forte contestação, com os professores a realizarem greves e manifestações.
Fora da agenda negocial, estão reivindicações que os professores dizem que não vão abandonar, tais como a recuperação do tempo de serviço ou as progressões na carreira que os docentes.
A plataforma sindical que organizou o protesto de hoje prometeu que no final da manifestação serão apresentadas futuras ações de protesto.
(notícia atualizada às 19:50 com mais informação)