Notícia
Porta-voz do partido de Merkel pede demissão de Berlusconi (act.)
"Toda a gente sabe que Berlusconi não é capaz de resolver os problemas de Itália".
O porta-voz da CDU para os assuntos económicos defendeu hoje abertamente a demissão do primeiro-ministro de Itália, repetindo o argumento de que o país está a sofrer sobretudo uma crise de credibilidade.
Em entrevista à Bloomberg TV, Michael Fuchs diz que Itália é um país rico e capaz de resolver os seus problemas quando liderado por um chefe de Governo à altura. Não é o caso do actual. “Toda a gente sabe que Berlusconi não é capaz de resolver os problemas de Itália”.
Fuchs, antigo presidente da associação alemã de empresas exportadoras e actual porta voz do partido da chanceler alemã, diz acreditar que a terceira maior economia da Zona Euro estará prestes a inaugurar um novo ciclo político.
O futuro político de Itália volta hoje a jogar-se na arena parlamentar, onde é possível que Sílvio Berlusconi se confronte com o facto de não dispor mais de uma maioria que lhe permita continuar a governar.
O primeiro-ministro italiano tenta hoje fazer aprovar as contas ainda de 2010. Caso falhe de novo, diz que apresentará uma moção de confiança sobre as promessas de rigor feitas a Bruxelas. Caso falhe aqui também, diz que se demite e que pede eleições antecipadas.
Nesse contexto, o Presidente Giorgio Napolitano poderá ainda intervir no sentido de nomear um governo provisório capaz de aprovar as reformas económicas prometidas. Essa é a opção preferida pela Europa.
Sílvio Berlusconi foi forçado pela comunidade internacional a aceitar que as contas públicas e a aplicação das reformas em Itália passem a ser trimestralmente acompanhadas pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia, numa tentativa de fornecer confiança aos mercados que continuam a exigir juros cada vez mais elevados para financiar a terceira maior economia do euro, à medida que o pacote de austeridade vai sendo suavizado pelo primeiro-ministro, que trava já há alguns meses um conflito aberto com o seu ministro das Finanças, Guilio Tremonti.
Tremonti regressou esta manhã a Roma, tendo abandonado a reunião dos ministros europeus das Finanças, que prossegue hoje em Bruxelas.
Numa linguagem invulgarmente directa, Christine Lagarde, secretária-geral do Fundo, disse na semana passada, no final da cimeira do G20 de Cannes, que "falta credibilidade" a Itália, numa referência ao seu primeiro-ministro.
No mercado secundário de dívida pública, os indicadores continuam a revelar uma grande pressão sobre os títulos italianos. As "yields" a dez anos já bateram esta manhã um novo recorde, acima de 6,7%, aproximando-se da fasquia de não-retorno que ditou os pedidos de ajuda da Grécia, Irlanda e Portugal.
Se as taxas permanecerem nestes níveis, os encargos com a gigantesca dívida pública italiana (1,9 biliões de euros, cerca de 120% do PIB) poderão ser acrescidos em 28 mil milhões de euros, anulando – só por via dos juros – quase metade dos 60 mil milhões de euros de poupanças prometidos até ao fim de 2014. Comprometida ficaria assim a meta de equilibrar as contas públicas em 2013.
Em entrevista à Bloomberg TV, Michael Fuchs diz que Itália é um país rico e capaz de resolver os seus problemas quando liderado por um chefe de Governo à altura. Não é o caso do actual. “Toda a gente sabe que Berlusconi não é capaz de resolver os problemas de Itália”.
O futuro político de Itália volta hoje a jogar-se na arena parlamentar, onde é possível que Sílvio Berlusconi se confronte com o facto de não dispor mais de uma maioria que lhe permita continuar a governar.
O primeiro-ministro italiano tenta hoje fazer aprovar as contas ainda de 2010. Caso falhe de novo, diz que apresentará uma moção de confiança sobre as promessas de rigor feitas a Bruxelas. Caso falhe aqui também, diz que se demite e que pede eleições antecipadas.
Nesse contexto, o Presidente Giorgio Napolitano poderá ainda intervir no sentido de nomear um governo provisório capaz de aprovar as reformas económicas prometidas. Essa é a opção preferida pela Europa.
Sílvio Berlusconi foi forçado pela comunidade internacional a aceitar que as contas públicas e a aplicação das reformas em Itália passem a ser trimestralmente acompanhadas pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia, numa tentativa de fornecer confiança aos mercados que continuam a exigir juros cada vez mais elevados para financiar a terceira maior economia do euro, à medida que o pacote de austeridade vai sendo suavizado pelo primeiro-ministro, que trava já há alguns meses um conflito aberto com o seu ministro das Finanças, Guilio Tremonti.
Tremonti regressou esta manhã a Roma, tendo abandonado a reunião dos ministros europeus das Finanças, que prossegue hoje em Bruxelas.
Numa linguagem invulgarmente directa, Christine Lagarde, secretária-geral do Fundo, disse na semana passada, no final da cimeira do G20 de Cannes, que "falta credibilidade" a Itália, numa referência ao seu primeiro-ministro.
No mercado secundário de dívida pública, os indicadores continuam a revelar uma grande pressão sobre os títulos italianos. As "yields" a dez anos já bateram esta manhã um novo recorde, acima de 6,7%, aproximando-se da fasquia de não-retorno que ditou os pedidos de ajuda da Grécia, Irlanda e Portugal.
Se as taxas permanecerem nestes níveis, os encargos com a gigantesca dívida pública italiana (1,9 biliões de euros, cerca de 120% do PIB) poderão ser acrescidos em 28 mil milhões de euros, anulando – só por via dos juros – quase metade dos 60 mil milhões de euros de poupanças prometidos até ao fim de 2014. Comprometida ficaria assim a meta de equilibrar as contas públicas em 2013.