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Poças Esteves: Não há "muito mais margem para austeridade" em Portugal

O presidente da Saer, José Poças Esteves, afirmou hoje que Portugal não tem "margem" para suportar mais medidas de austeridade e defendeu que o Governo tem de incluir no memorando da troika o pilar do crescimento.

12 de Julho de 2012 às 15:04
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"Acho que não há muito mais margem para austeridade", declarou à Lusa Poças Esteves, segundo o qual o Executivo deve aproveitar a próxima presença da 'troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) em Portugal para "incluir no memorando um quarto pilar, que é o pilar do crescimento".

Poças Esteves reconheceu a necessidade de medidas de redução de despesa, mas considera que é altura de o Executivo mudar de estratégia.

"Essa austeridade está-nos a ser imposta e acho bem porque houve alguns exageros, sou apologista de medidas de redução da despesa pública, agora, para termos uma solução estrutural, mais austeridade só por austeridade não resolve o problema, pelo contrário", disse, acrescentando que "no curto prazo, agrava o problema e pode criar entropias de tal maneira na economia que torne extremamente difícil a recuperação e o crescimento".

No entender do presidente da Saer, que esta manhã apresentou em Lisboa o relatório de junho, voltado para a questão do crescimento, não só em Portugal, mas em toda a Europa, quer "a economia europeia, quer a economia portuguesa, têm de crescer a taxas de 5,0 por cento ao ano o mais rapidamente possível".

"Só na lógica da austeridade vamos prejudicar o crescimento", reiterou.

Poças Esteves destacou que o problema do crescimento não é apenas nacional, mas também europeu, advogando assim a mutualização da dívida na Europa, seja através da criação de 'eurobonds' [obrigações europeias] ou outros mecanismos que potenciem a saída da crise.

"É preciso ultrapassar um ponto que ainda não está suficientemente assumido e encarado na Europa que é o grande problema da dívida. Enquanto não houver mutualização da dívida na Europa, seja mais parcial ou mais total, enquanto isso não acontecer, a Europa não tem o ponto fundamental da sua evolução resolvido", sublinhou.

O tema de fundo do relatório da Saer é "Europa: crescimento, já!", mas faz também uma análise de conjuntura sobre a crise do euro e o futuro da União Europeia.

A nível 'micro', a Saer analisa ainda as dificuldades de financiamento que as empresas portuguesas hoje enfrentam.

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