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Passos Coelho quer renegociar metas de redução do défice (act)
O líder do PSD disse esta noite que o grau de derrapagem orçamental neste ano torna impossível que Portugal continue atado ao compromisso de reduzir o défice para 4,6%. Quer renegociar metas e prazos com Bruxelas.
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Em entrevista à TVI, o líder laranja defendeu inclusive que Portugal deve renegociar os seus compromissos junto da Comissão Europeia, no sentido de dilatar no tempo o esforço de correcção do défice, porque entende que os prazos e as metas estabelecidos são “irrealistas”.
“O pior que pode acontecer ao país é o irrealismo”, disse, deixando em aberto a possibilidade de chumbar o Orçamento se chegar à conclusão de que este “não é cumprível”.
Portugal comprometeu-se com os parceiros europeus reduzir o défice para 7,3% neste ano e para 4,6% no próximo, depois de o indicador ter atingido o valor recorde de 9,3% em 2009. O Governo assumiu igualmente que iria antecipar um ano, para 2012, a chegada aos 3% – valor máximo “tolerado” pelos Tratados europeus – e que, em 2013, o défice estaria em 2% do PIB.
"Portugal tem de honrar os seus compromissos"
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O único país do euro que obteve neste ano uma dilatação dos prazos de consolidação orçamental foi a Grécia. Obteve-o em Maio e já no quadro da intervenção dos países da Zona Euro e do FMI, que lhe prometeram uma ajuda financeira de 110 mil milhões de euros até 2013.
A sugestão de Passos Coelho surge depois de, em reacção às propostas social-democratas, o Governo ter insistido que só pode considerar alterações à proposta de Orçamento do Estado que se encaixem num défice de 4,6%.
“O PSD apresentou um conjunto de propostas que visam uma redução substancial da receita e da despesa, mas não quantifica nem uma coisa nem outra. Portugal tem o compromisso de reduzir défice para 4,6% e tem de honrar esse compromisso”, frisou esta tarde Pedro Silva Pereira.
O ministro da Presidência mostrou-se inclusive “perplexo” com algumas propostas do PSD, como a de trocar a imposição de limites às deduções fiscais (medida que permitirá aumentar a receita fiscal) por títulos da dívida pública, que teriam de ser emitidos, aumentando a despesa.