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Passos considera "inquietante" silêncio do Estado sobre casos de corrupção

O presidente do PSD afirmou hoje que "é inquietante", numa altura em que são registados "casos de corrupção ao mais alto nível da sociedade", que o Estado "encolha os ombros e se refugie no andamento da Justiça".

02 de Fevereiro de 2018 às 22:20
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"É inquietante [que], num tempo em que tantas dúvidas vêm para a opinião pública sobre a transparência, a lisura de procedimentos, envolvendo casos de corrupção ao mais alto nível da sociedade e o Estado, de um modo geral, encolha os ombros e se refugie no andamento da Justiça para que alguma coisa se faça", afirmou Pedro Passos Coelho.

 

O líder nacional do PSD falava na Guarda, onde presidiu à sessão de abertura da IV Academia do Poder Local, organizada pelo PSD e pelos Autarcas Social-Democratas (ASD).

 

No seu discurso, deixou o apelo "a que, de um modo geral, as forças políticas, mas em particular o Governo, também saia da sua modorra e comece a pronunciar-se sobre isto e a tomar iniciativas sobre isto".

 

Passos Coelho falou do assunto aludindo à falta de esclarecimentos do Governo sobre o caso de "irregularidades graves que ocorreram no âmbito da adopção de menores", denunciadas por uma estação de televisão.

 

"A Justiça tem o seu papel, mas a política também tem o seu papel e não é por certas matérias estarem em investigação penal que não podem ou não devam merecer discussão política e social", disse, acrescentando: "é possível recuperar ainda algum do tempo que se perdeu nestes meses e poder dizer aos portugueses que o que quer que tenha ocorrido faremos tudo o que está ao nosso alcance para que não se repita no futuro".

 

"[Há] algum tempo atrás, um órgão de comunicação social, uma televisão, trouxe à opinião pública o conhecimento de irregularidades graves que ocorreram no âmbito da adopção de menores", lembrou.

 

O ex-primeiro ministro acrescentou que "parece que não espanta ninguém que passado todo este tempo o Governo não tenha tomado nenhuma iniciativa que visasse esclarecer junto das entidades públicas a responsabilidade pelo que se passou".

 

"Como se a questão tivesse prescrito, como se não fosse nada com o Estado. Os políticos têm fugido de falar deste assunto como o diabo da cruz - e cá vem outra vez o diabo", afirmou.

 

Ainda sobre os políticos, afirmou que "ninguém lhes ouve uma palavra sobre o assunto e quando com insistência alguém tem de se pronunciar sobre isto vai dizendo que a Procuradoria [Geral da República] que actue e que investigue, como se o Estado ele próprio, como edifício administrativo, não devesse também, com mecanismos inspectivos, apurar o que se passou, tentar apurar o que se passou".

 

Em sua opinião, torna-se necessário saber "o que é que se passou afinal" e o que é preciso de reparar relativamente ao passado e o que é que preciso fazer "para evitar que no futuro situações destas voltem a ocorrer".

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